Alckmin participa do seminário ‘O Novo Brasil’

Governador diz que Brasil é competitivo e defende a adoção de reformas para o seu desenvolvimento

ter, 10/12/2002 - 18h29 | Do Portal do Governo


Aliar as potencialidades turísticas, econômicas, industriais e comerciais de diversas regiões do Brasil para que o País tenha um bom desempenho em 2003.

Este foi o desafio proposto no seminário ‘O Novo Brasil’, que foi realizado nesta terça-feira, dia 10, no auditório do jornal Gazeta Mercantil, em Santo Amaro, e contou com a participação do governador Geraldo Alckmin, que encerrou o evento com um amplo balanço das ações desenvolvidas no Estado.

Na ocasião, foi lançado o livro, com o mesmo nome do seminário, de autoria do presidente do jornal, Luiz Fernando Ferreira Levy.

Voltado a empresários e jornalistas, o evento foi dividido em dois painéis: ‘O Brasil como Plataforma de Negócios das Multinacionais Brasileiras’ e ‘O Brasil e a Inserção no Mercado Mundial’. O seminário objetiva apresentar aos empresários as condições reais do país para captar investimentos produtivos, enfocando o modelo econômico a ser adotado pelo novo governo, a infra-estrutura, a visão do mercado financeiro e as vantagens competitivas do Brasil. A palestra foi transmitida em videoconferência para nove capitais: Porto Alegre, Recife, Salvador, Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis e Fortaleza.

Alckmin elencou várias transformações pelas quais está passando o Brasil e o Estado. ‘Nós temos um País que se modernizou, tornando-se mais competitivo, que avançou sob o ponto de vista social. Um país que antecipa o seu futuro, mas que, ao mesmo tempo, coexiste um passado com milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza. E é este o novo Brasil de avanços e paradoxos que livro e seminário procuram trazer’. Ele observou que é por meio do diálogo com a sociedade que o Brasil conseguirá superar suas dificuldades.

Entre os inúmeros avanços obtidos pelo Estado, o governador citou os investimentos em tecnologia, com países do Primeiro Mundo, que tem permitido a São Paulo estudar o seqüenciamento do DNA do câncer humano, o que tem ajudado a prevenir e tratar a doença. ‘São poucos os países do mundo que tem a tecnologia de ponta para o conhecimento do genoma do câncer humano’, disse.

Ao mesmo tempo que o Brasil tem parcerias firmadas com o Primeiro Mundo, Alckmin ressaltou a nossa solidariedade com os outros países. ‘Em fóruns internacionais questionamos e lutamos pela flexibilização de patentes, em especial, no caso da aids’.

Ele acredita que um esforço coletivo ajudará o país a superar os gargalos que impedem seu crescimento. Disse que é dever de todos proporcionar melhor distribuição de renda, desenvolvimento e oportunidade para as pessoas.

‘Nosso país é jovem, de base larga democrática e precisa gerar mais de 1,5 milhão de empregos por ano. E a melhor maneira de combater a pobreza é o crescimento com a oferta de trabalho e renda. São Paulo estará presente pelo esforço do desenvolvimento através de nossa infra-estrutura’, disse.

Muitos esforços estão sendo feitos na área de exportação: As obras do Rodoanel – cujo projeto executivo da Asa Sul já foi iniciado -; a duplicação da Imigrantes; a regionalização do Porto de Santos; a modernização do Porto de São Sebastião; e as ampliações dos aeroportos.

Para incentivar o turismo, o Governo do Estado criou a Agência Para o Fomento ao Turismo. Iniciativas também foram tomadas no Agronegócio com a instalação da Agência de Defesa Agropecuária para a Certificação e Classificação de Produtos. Na área de energia, Alckmin citou a conclusão da hidrelétrica de Porto Primavera e a nova termoelétrica da Usina Piratininga, na Capital.

Citou os quatro pavilhões que restaram no antigo Complexo do Carandiru e que serão voltados para o ensino: neles vão funcionar as seguintes atividades: uma FATEC, com curso profissionalizante; um Centro de Inclusão Digital; uma Casa de Cultural; e um espaço para o Terceiro Setor, com trabalho ao voluntariado.

Governador critica guerra fiscal

Alckmin disse que o Estado de São Paulo deu um bom exemplo na redução de imposto, com a ampliação do Simples Paulista que está beneficiando 558 mil micro e pequenas empresas. A medida representa uma renúncia fiscal de R$ 80 milhões para o governo paulista. O objetivo é ajudar as micro e pequenas empresas a gerar mais empregos, diminuindo os preços dos produtos, combatendo a inflação e ajudando o contribuinte a comprar mais.

O governador falou também sobre o ajuste fiscal. ‘São Paulo mostrou para o Brasil que é possível fazer um ajuste fiscal sem aumentar a carga tributária. Fizemos um ajuste fiscal pelo lado das despesas para obter melhor custo/benefício no gasto público’.

O que possibilita ao Estado viver gradualmente só de arrecadação do ICMS. ‘Praticamente, 90% da arrecadação do Estado vem do ICMS, que está sendo reduzido ao longo dos anos’. O Estado já reduziu impostos de 188 produtos e serviços.

Alckmin esclareceu para a platéia que esta redução não significa guerra tributária, que consiste na arrecadação do imposto cheio, que o contribuinte paga e depois é devolvido para o dono da empresa. ‘Quem acaba pagando é a população mais pobre, porque se fez a renúncia fiscal para quem não precisa e isto significa menos hospital, escolas e saneamento básico’, declarou.

Valéria Cintra
C.A

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