Alckmin participa de debate sobre os 10 anos do Plano Real

Governador destacou que é preciso criar confiança para que o País possa crescer

qua, 30/06/2004 - 12h48 | Do Portal do Governo


O governador Geraldo Alckmin abriu na manhã desta quarta-feira, dia 30, o seminário ‘Desafios da Estabilidade da Moeda – 10 Anos de Plano Real’, realizado pelo jornal Valor Econômico, no Hotel Gran Meliá Mofarrej. Para o governador, a iniciativa de analisar o Plano Real é positiva, uma vez que esse o único plano bem-sucedido das últimas décadas.

“O Brasil hoje, dez anos depois do Real, está em uma outra situação. Tem um regime monetário muito melhor. Uma estabilidade de preços, que precisa sempre ser controlada porque pode voltar. Essa não é uma batalha que está integralmente vencida. Um regime cambial também melhor e um regime fiscal, com a Lei de Responsabilidade Fiscal, que foi um marco na política brasileira”, afirmou.

Ele destacou que olhando a experiência ocorrida é que se poderá traçar um rumo melhor para o futuro do País. “Minha geração não sabia o que era estabilidade de preços. E isso é uma pré-condição para que o País tenha um desenvolvimento econômico sustentado. Ninguém vai investir onde não há confiança”, disse.

Para que o País cresça, na opinião de Alckmin, é necessário criar um ambiente propício, criar confiança para atrair investimentos externos. “Em 2003, tivemos o menor investimento agregado dos últimos anos, não chegou a 17% do Produto Interno Bruto (PIB). E uma queda de investimentos externos. Criar confiança é ter clareza, ter convicção no que faz, regras claras, respeitar contrato e o Governo também investir em infra-estrutura para esse desenvolvimento. Enfim, são questões que precisam ser feitas, sem as quais se tem um cenário melhor, mas não aproveita as oportunidades”, apontou.

Ele também ressaltou a importância da Lei de Responsabilidade Fiscal. “Antes, a sociedade brasileira dependia das virtudes do governante. Nós já ouvimos no passado alguém dizer: ‘Quebrei o governo, mas ganhei a eleição’. Ninguém tem o direito de comprometer o futuro das gerações”.

O governador lembrou ainda que São Paulo antecipou-se a esta lei. Por praticamente uma década, até o ano de 1995, o Estado contava com déficit público anual de 25%. De 1996 para cá, esse déficit foi de zero. “No ano passado, tivemos até um superávit. E o Estado recuperou sua capacidade de investimento. Estamos investindo, neste ano, mais de R$ 3 bilhões do Tesouro paulista, ampliando os serviços público e infra-estrutura para o desenvolvimento do nosso Estado”, observou.

Alckmin enfatizou que São Paulo está trabalhando, agora, para desonerar o setor produtivo, diminuindo a carga tributária. “Estamos reduzindo as alíquotas de ICMS da pequena empresa; do setor calçadista, de 18% para 12%; do setor de fiação, tecelagem, confecção e vestuário, de 18% para 12%; álcool combustível, de 25% para 12%, aliás, esse é um case interessante. Reduzimos o imposto de 25% para 12% e cresceu a arrecadação em 7% porque tínhamos uma sonegação absurda nessa área”, enfatizou.

Para o governador, o Real criou uma base mais sólida na economia, mas isso só não basta. “Temos de trabalhar muito mais no sentido da confiança nas regras, nos contratos, criar um ambiente propício ao investimento. O investimento público é importante, mas é o investimento privado que vai fazer a diferença para que possamos crescer num ritmo de geração de emprego, renda, trabalho”, finalizou.

Cíntia Cury