Alckmin participa de comemorações do centenário da Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio e Indústria

Cerca de 25 milhões de italianos e descendentes vivem no Brasil, dos quais, 15 milhões estão no Estado de São Paulo

seg, 13/05/2002 - 15h23 | Do Portal do Governo


A Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio e Indústria está comemorando cem anos. Foi fundada em 1902, com o objetivo estreitar as relações comerciais entre empresas brasileiras e italianas, com a colaboração dos dois países. Atualmente, além de promover o intercâmbio comercial Brasil-Itália, a Câmara realiza atividades de apoio ao pequeno e médio empresários, cursos gratuitos de formação profissional para descendentes de italianos, feiras, eventos e congressos. Nesta segunda-feira, dia 13, a entidade lançou oficialmente, no Palácio dos Bandeirantes, o programa de comemorações do centenário, com a presença do governador Geraldo Alckmin e do ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer. ‘A comunidade italiana teve uma enorme participação no processo de industrialização de São Paulo, na agricultura, com o café, no comércio, no setor financeiro, nas artes e na cultura’, afirmou Alckmin.

O presidente da entidade, Eduardo Pollastri, enfatizou que a Câmara de São Paulo faz parte de um sistema com 68 unidades espalhadas pelo mundo todo. ‘No Brasil, nós temos quatro Câmaras: São Paulo, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. E São Paulo coordena todas as onze Câmaras Italianas do Mercosul, ocupando o quinto lugar no ranking das 68 Câmaras’, destacou.

No Brasil vivem cerca de 25 milhões de italianos e descendentes, dos quais, 15 milhões estão no Estado de São Paulo. ‘Ciccillo Matarazzo dizia que o Brasil é filho de Portugal, mas São Paulo é filho da Itália, tal era, no começo do século passado, a força da presença italiana no Estado, especialmente na cidade de São Paulo’, disse o governador.

A Itália está entre os 10 maiores investidores internacionais no Brasil. Os investimentos anunciados por empresas italianas em São Paulo, entre 1995 e 2001, atingiram o montante de US$ 617,66 milhões. ‘Não tenho dúvida de que muito desse desempenho resulta da atuação da Câmara de Comércio e Indústria, no estímulo que dá à promoção do intercâmbio comercial Brasil-Itália, na participação em acordos comerciais entre as duas nações, nos eventos que promove, no apoio que concede ao pequeno e ao médio empresário’, afirmou Alckmin. Entre as que mais investiram em São Paulo nesse período estão Pirelli, Magneti Marelli, Magic Park, Parmalat e Cirio/Cica, entre outras.

Mas, apesar da forte presença italiana no Estado, o comércio bilateral se mostra favorável àquele país. No ano 2000, São Paulo exportou US$ 490 milhões para a Itália e importou daquele país US$ 884,5 milhões, ou seja, um déficit de US$ 394,4 milhões. Entre os principais produtos que o Estado exporta estão a borracha, produtos alimentícios, couro e peças e equipamentos dos setores metalúrgico e aeronáutico. Já entre os importados dos italianos, estão produtos químicos, medicamentos e equipamentos dos setores eletro-eletrônicos, metalomecânico e automobilístico. ‘O Brasil é muito exportador de produtos agrícolas, do setor do agronegócio. E da Itália trazemos produtos manufaturados. Quer dizer, nós exportamos produtos com menor valor agregado e importamos produtos com maior valor agregado’, explicou Alckmin. Em seu discurso, o governador pediu à Câmara que se empenhe ainda mais empenho para que o equilíbrio seja alcançado.

Cíntia Cury