Alckmin participa de cerimônia de encerramento de Seminário ‘Brasil-Portugal’

Investimentos portugueses no Brasil saltaram de US$ 106 milhões para US$ 10 bilhões em seis anos. Desse total, 30% é aplicado em São Paulo

qui, 06/09/2001 - 17h24 | Do Portal do Governo

O governador Geraldo Alckmin e o primeiro-ministro de Portugal, António Guterres, participaram da cerimônia de encerramento do seminário ‘Brasil – Portugal e a Integração Ibero-Americana’, que aconteceu nesta quinta-feira, dia 6, no Hotel Mofarrej, na Capital paulista.

Em seu discurso, Alckmin destacou que em seis anos os investimentos portugueses no Brasil cresceram de US$ 106 milhões para US$ 10 bilhões. Em 1996, Portugal era o 21º investidor estrangeiro no País e atualmente, ocupa a terceira posição. ‘Mais de 30% dos investimentos portugueses foram aplicados em São Paulo, inclusive na área de serviços públicos, como a EDP, concessionária de distribuição de energia elétrica em diversas regiões do Estado’ afirmou.

Para o governador, isso se deve ao fato de São Paulo ser o maior pólo financeiro e comercial da América Latina e, com 37 milhões de habitantes, o maior mercado consumidor. ‘Nosso Estado é responsável por metade do PIB industrial Brasileiro’, lembrou. Alckmin também destacou a infra-estrutura de São Paulo.

‘Dispomos da melhor rede de infra-estrutura do continente Sul-Americano. Contamos com aparato gerador de tecnologia avançado que em muitas áreas se rivaliza com os melhores do mundo’, disse. ‘Todos esses fatores, toda essa realidade, São Paulo põe à disposição da integração Ibero Americana porque crê ser esse um dos caminhos do desenvolvimento do nosso Estado, um dos caminhos do progresso de nossos países e de nossa população’.

O primeiro-ministro português observou que quando Portugal entrou para a União Européia passou por um período de ‘deslumbramento’ e acreditou que os investimentos poderiam ficar apenas no mercado europeu. ‘O que ocorreu em meados da década de 90 foi a descoberta de que nossa inserção na União Européia exige que retomemos nossa vocação não apenas no plano político-cultural, mas também no plano das relações econômicas’, afirmou. ‘Dificilmente um país com 10 milhões de habitantes inserido num mercado de 300 milhões de habitantes, do qual fazem parte potências econômicas das mais importantes do mundo, sobreviveria uma autonomia de empresas e grupos empresariais portugueses ou de gestão portuguesa se elas não ganhassem em dimensão e escala.

O Brasil surgiu então naturalmente, quer aos responsáveis políticos, quer aos principais representantes empresariais, como a grande oportunidade para que empresas portuguesas se inserissem no processo de globalização, ganhando escala e dimensão necessárias para ter alguma autonomia estratégica’.

Na opinião do ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, que representou o presidente da República no evento, o que caracteriza hoje as relações Brasil/Portugal é o incremento dos investimentos do país no Brasil.

Para o ministro, esse investimento é significativo não apenas para o Brasil, mas também para a economia portuguesa. ‘O que caracterizou esse investimento foi a avaliação feita pelas empresas portuguesas, coadjuvadas pela visão estratégica do primeiro-ministro António Guterres, da importância do que significaria a presença portuguesa no Brasil nessa área, como fator de escala das empresas portuguesas e também de sua competitividade no plano europeu e internacional’, disse.

Cíntia Cury