Alckmin participa da inauguração da fábrica da Kawasaki Aeronáutica no Brasil

Unidade vai funcionar no município de Gavião Peixoto

qui, 24/04/2003 - 16h16 | Do Portal do Governo

O município de Gavião Peixoto, na região de Araraquara, passou a contar, a partir desta quinta-feira, dia 24, com a primeira subsidiária da fábrica japonesa Kawasaki Heavy Industry, no Brasil. O governador Geraldo Alckmin esteve no município para inaugurar a nova unidade. O Estado investiu R$ 48 milhões na infra-estrutura necessária para a chegada da empresa japonesa em Gavião Peixoto. O investimento previsto para a Kawasaki é de R$ 30 milhões, até 2004.

Além de produzir as asas das aeronaves 170/190 da Embraer, a Kawasaki Aeronáutica do Brasil (KAB) vai concentrar atividades tecnológicas industriais relacionadas à montagem final de aeronaves executivas e militares e integrar sistemas de montagem dos caças F-5 da FAB, que estão sendo modernizados pela Embraer, e dos aviões Super Tucanos, utilizados por pilotos para treinamentos em missões de ataques leves.

Os mais de cinco mil componentes necessários para a produção dos equipamentos serão trazidos do Japão e a montagem final será feita na fábrica de Gavião Peixoto. As asas serão encaminhadas para a Embraer de São José dos Campos, onde será concluída a montagem do avião. Nos próximos anos, a Kawasaki pretende executar um processo gradativo de nacionalização destes componentes, envolvendo o desenvolvimento de fornecedores locais.

A instalação da empresa japonesa no Brasil faz parte de um trabalho de logística do Governo do Estado. Há cerca de um ano, foi inaugurada a nova unidade da Embraer em Gavião Peixoto, a quinta do Brasil. “O casamento da Kawasaki e da Embraer representará exportação para o Brasil”, destacou Alckmin, explicando que o primeiro item da pauta brasileira de exportação, hoje, é o avião. “Isso ajuda muito o superávit da balança comercial brasileira, diminuindo a importação e permitindo o acesso à pesquisa e tecnologia de ponta”, argumentou.

Para o presidente da Embraer, Maurício de Botellho, a inauguração da KAB faz parte de um trabalho de iniciativa do Complexo Industrial da Embraer. Segundo ele, com a vinda da Kawasaki para o Brasil, o índice de nacionalização das peças utilizadas nos aviões aumenta em 4,5%. Atualmente, esse índice é de 49%.

Para Tsuneo Komaki, diretor-presidente da Kawasaki Aeronáutica do Brasil, o apoio do Governo Estadual foi muito importante para a vinda da empresa. “Este País é abundante e de alta hospitalidade ao estrangeiro”, enfatizou Komaki. O presidente da Kawasaki japonesa, Masamoto Tazaki, foi enfático ao dizer que os testes dos aviões do projeto 170, iniciado com a Embraer em 1999, estão sendo realizados sem problema algum, e que o projeto 190, que pertence à fábrica de Gavião Peixoto, “é um orgulho de investimento em capital e tecnologia”.

O prefeito de Gavião Peixoto, Gregório Ulla (PFL), disse que a chegada da fábrica gerou 300 empregos só no setor industrial e explicou que vai isentar a empresa de impostos durante os próximos 15 anos. O prefeito de Araraquara, Edson Antonio da Silva (PT), destacou que a inauguração da indústria em Gavião Peixoto traz grandes perspectivas de crescimento do Pólo Econômico da Região. “Ela vai agregar riqueza à capacidade produtiva da região, que tem na agroindústria seu principal negócio.”

Embraer

Instalada em junho do ano passado, a Embraer de Gavião Peixoto evitou a saída de divisas do País e acrescentou tempo no desenvolvimento de produtos, segundo Maurício Botelho. “Os testes das aeronaves eram feitos, anteriormente, em instalações arrendadas pela Força Aérea Americana e resultavam em saída de divisas do País e custos. Agora os pilotos da Força Aérea Brasileira (FAB) não precisam mais viajar ao exterior para testar as aeronaves produzidas aqui”, explicou Botelho.

A decisão por Gavião Peixoto ocorreu há dois anos, e resultou de um processo seletivo que comparou 34 locais dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Foram levadas em consideração questões topográficas, climáticas, demográficas, de logística de transporte, de infra-estrutura, de segurança, sociais, educacionais, ambientais relacionadas à saúde e à qualidade de vida.

Para a instalação da Embraer em Gavião Peixoto, o Governo do Estado desapropriou 1.700 hectares, onde também será implantada uma área industrial cinco vezes maior que a de São José dos Campos. O Estado também foi responsável pela infra-estrutura interna e externa, colocando rede de água, abertura de ruas, rede de esgoto e luz, acesso rodoviário e energia até a porta da indústria e telecomunicações.

Atualmente, a Embraer conta com 11 mil funcionários e, há três anos, é uma das empresas brasileiras campeãs nas exportações.

Lilian Santos / Gláucia Basile