Alckmin participa da abertura da XI Unctad

Governador defende ampliação da participação paulista nos mercados internacionais

seg, 14/06/2004 - 11h49 | Do Portal do Governo


Durante a cerimônia de abertura da XI sessão da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad), nesta segunda-feira, dia 14, no Palácio de Convenções do Anhembi, em São Paulo, o governador Geraldo Alckmin disse que a organização constitui importante instrumento de promoção de desenvolvimento econômico e social.

Alckmin afirmou que a realização da XI Unctad em São Paulo faz parte das iniciativas brasileiras para ampliar a presença nos mercados internacionais. Ele ressaltou que, nos últimos dez anos, o comércio externo do Brasil cresceu 90%, acompanhando a tendência mundial. “O Estado de São Paulo, que participa com um terço do PIB e com 45% da produção industrial brasileira, tem procurado contribuir com ações no País para facilitar a inserção no mercado internacional, por meio de políticas de promoção do empreendedorismo, eficiência da gestão pública e medidas de estímulo à competitividade”, destacou.

Ele salientou que o resultado dessas políticas pode ser visto pelo crescimento das exportações, que no primeiro trimestre deste ano, por exemplo, aumentaram 28%, em relação ao mesmo período do ano passado.

O governador disse que o Brasil, como todos os países em desenvolvimento, ainda tem um grande caminho a percorrer e que a sua expectativa em relação aos debates da Unctad é que possam produzir reflexões positivas e operacionalmente efetivas quanto à participação desses países nos fluxos internacionais de comércio, tecnologia e desenvolvimento.

Alckmin considera que as reflexões da Unctad devem abordar duas vertentes relevantes: interna e externa. “Cabe aos países em desenvolvimento adotar políticas mais adequadas para promover o aumento da eficiência e a inserção competitiva no mercado internacional. Esse é um componente necessário para o crescimento sustentável e o ponto de partida”.

Ele disse que medidas como responsabilidade fiscal, estabilidade econômica, transparência, cumprimento de contratos e criação de logística e infra-estrutura propícias ao comércio exterior e aos investimentos estrangeiros, programa de inclusão social e incentivo à inovação tecnológica, são instrumentos necessários para a competitividade. No âmbito externo, o acesso aos mercados e a flexibilização das condições de negociação dos países desenvolvidos constituem condições fundamentais à participação dos países em desenvolvimento nos fluxos de comércio. “O Desenvolvimento é o novo nome da paz”, finalizou Alckmin.

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, parabenizou a Unctad pelo seu quadragésimo aniversário. “Sem esse evento, o debate sobre o desenvolvimento não seria tão rico e a pobreza seria ainda maior ao redor do mundo. Essa conferência vem em um momento oportuno. São muitos anos de experiência e nós estamos no começo da recuperação da economia global”, disse Annan.

Durante o discurso, o secretário-geral homenageou o brasileiro Sérgio Vieira de Melo, que morreu tentando ajudar o povo do Iraque, e também Rubens Ricúpero, secretário-geral da Unctad, que vai terminar seu mandato depois de nove anos de serviços prestados.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, elogiou a escolha de São Paulo para sediar a Unctad. “A escolha da nossa capital econômica para sediar a Unctad nos enche de orgulho porque ela é uma das sínteses mais fortes do nosso País”, afirmou. Lula lembrou que São Paulo é um centro de excelência e um dinâmico pólo industrial, comercial, cultural e de serviços, mas que expressa também as contradições sociais e a luta na busca de um modelo sustentável de desenvolvimento.

O presidente Lula destacou a importância da Unctad na troca de experiências e discussão política. Além disso, tem auxiliado ainda na identificação de constrangimentos externos, que limitam os esforços dos países em desenvolvimento, capacitando o conceitual e politicamente para melhor enfrentá-los.

Também discursaram na cerimônia de abertura da Unctad o presidente da Assembléia Geral das Nações Unidas, Julian Hunte; o primeiro-ministro da Tailândia, Thatqsin Shinawatra; e a prefeita Marta Suplicy.

Cíntia Cury