O Sargento Luiz Marcelo da Silva Neves, de 36 anos, e o capitão Paulo Sérgio Bentes Soares, de 42, foram sepultados no Cemitério do Araçá, O governador em exercício, Cláudio Lembo, esteve presente.
Várias pessoas e militares acompanharam o cortejo do Sargento Luiz Marcelo da Silva Neves e do capitão Paulo Sérgio Bentes Soares.
O governador Geraldo Alckmin ligou de Nova York, por volta das 13 horas desta sexta-feira, dia 13, para dar os pesâmes ao comandante geral do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, coronel Jair Paca de Lima, pela morte de dois policiais durante uma ocorrência de incêndio no bairro da Mooca, na tarde de ontem, dia 12.
“O governador lamentou o fato e pediu que eu transmitisse seus sentimentos aos familiares e à coporação” contou o comandante, bastante emocionado depois do enterro do sargento Luiz Marcelo da Silva Neves, de 36 anos, e do capitão Paulo Sérgio Bentes Soares, de 42, no Cemitério do Araçá, nesta tarde. Os dois policiais militares morreram quando caíram num fosso de elevador de uma indústria desativada, por volta das 12 horas, de ontem, dia 12. “O governador disse que, como toda a população de São Paulo, ele também tem grande confiança no Corpo de Bombeiros”, disse o coronel Jair Paca.
O governador em exercício, Cláudio Lembo, que esteve no enterro, acompanhado do secretário da Segurança, Saulo de Castro Abreu Filho, e do comandante geral da Polícia Militar do Estado, coronel Alberto Silveira Rodrigues, disse que o cabo Marcelo Freitas de Oliveira, de 34 anos, que também se acidentou na mesma ocorrência e foi internado no Hospital das Clínicas, está melhor. “Apesar de seu estado ser grave, ele não corre risco de morte”, explicou Lembo, que conversou com uma junta médica nesta tarde ao visitar o policial. “Ele fraturou a bacia e teve queimaduras no sistema respiratório”, disse o governador em exercício. Lembo pediu ainda que os nomes dos policias mortos fossem colocados na história. “Esses dois foram os heróis de ontem.”
O secretário da Segurança enfatizou a grande perda para a Polícia Militar do Estado e disse que as famílias dos policias mortos terão todo tipo de auxílio. Saulo de Abreu explicou que na Polícia Militar há uma seção específica para isso, uma vez que existem fatalidades. Entre os benefícios aos familiares estão bolsa de estudos aos filhos, aposentadoria integral, seguro de vida de R$ 100 mil, uma cesta básica de R$ 600,00 por seis meses. Os militares mortos terão suas patentes elevadas, uma forma do Estado reconhecer o ato heróico.
Saulo de Abreu explicou que em São Paulo está a melhor escola do Corpo de Bombeiros do Brasil, que fica no município de Franco da Rocha e recepciona bombeiros do mundo todo. Ele exemplificou o caso de bombeiros nova-iorquinos que estiveram em Franco da Rocha, após o atentado de 11 de setembro. “O importante é consignar que os policiais bombeiros têm a consciência de cumprimento do seu dever.”
O comandante geral da Polícia Militar, coronel Alberto Rodrigues, lembrou que, em 18 meses, 50 policiais militares morreram em serviço. “Somos homens e mulheres que trabalhamos diariamente sem saber se vamos voltar para casa, pelo ideal de trazer segurança à nossa comunidade”, disse.
O comandante geral do Corpo de Bombeiros, coronel Jair Paca, disse ser hoje um momento de reflexão. “A população confia em nosso trabalho. Mascarando a nossa dor, voltamos ao cotidiano para servir o nosso ideal.”
Segundo a Polícia Militar, centenas de pessoas acompanharam o enterro dos policiais.
Lilian Santos
