Alckmin libera recursos para o Hospital Santa Marcelina

No decorrer de 2004, o Governo já repassou R$ 15,8 milhões para a instituição

seg, 27/12/2004 - 17h51 | Do Portal do Governo


O governador Geraldo Alckmin liberou nesta segunda-feira, dia 27, R$ 3 milhões para o Hospital Santa Marcelina. Referência na área da saúde na Zona Leste, a unidade é considerada o maior complexo hospitalar da região. Com 780 leitos, atende cerca de 70 mil pessoas/mês (inclusive de outros estados) e faz cirurgias de alta complexidade.

O Santa Marcelina está passando por uma séria crise financeira e acumula uma dívida de R$ 57,5 milhões. Alckmin ressaltou que, embora o hospital seja diretamente ligado à Prefeitura e não ao Estado, o Governo paulista está ajudando a instituição.

Além dos R$ 3 milhões que foram liberados hoje pelo governador (e serão depositados na quarta-feira, dia 29), o hospital já recebera mais R$ 4,5 milhões que foram repassados na semana passada pelo Banco Nossa Caixa, sendo que R$ 3 milhões, em dinheiro novo e R$ 1,5 milhão como rolagem de dívida, o que totaliza R$ 7,5 milhões.

Fora isto, no decorrer de 2004, o Governo do Estado repassou R$ 1 milhão/mês ao Santa Marcelina, o que totalizou R$ 12 milhões. Além disto, foram encaminhados mais R$ 800 mil, dentro do repasse de recursos destinado a todas as Santas Casas do Estado. Incluindo os R$ 3 milhões de hoje, totalizam R$ 15,8 milhões somente este ano para o Santa Marcelina.

O Governo do Estado destinou ainda R$ 100 milhões, por meio do programa GiroSUS do Banco Nossa Caixa, para a rolagem de dívida dos hospitais, com juros de 1,99%, pelo qual o Santa Marcelina também foi beneficiado.

O governador comentou que a união de esforços das três esferas de governo: Prefeitura, Estado e União, inclusive da comunidade, é a solução definitiva para ajudar o hospital a sair de tal situação financeira. Alckmin disse que vai conversar com o ministro da Saúde, Humberto Costa, o mais rápido possível para ver a possibilidade de se liberar um recurso extra para o Santa Marcelina.

A superintendente do hospital, Maria Tereza Lorezzoni, também quer conversar o mais breve possível com o novo secretário municipal de Saúde, Cláudio Luiz Lottenberg, para ver como fica a situação da instituição em 2005.

Alckmin falou sobre a necessidade de se ter um melhor sistema de referência e contra-referência. “Como a rede de postos de saúde funciona de forma deficitária, muitos pacientes que deveriam estar sendo atendidos pela rede, acabam vindo para o hospital, provocando uma concentração. Se houvesse uma rede de postos de saúde com um atendimento melhor e mais centros de especialidades, se aliviaria um pouco o hospital”, observou.

Entenda a crise do Santa Marcelina

Além da dívida de R$ 57,5 milhões, o Santa Marcelina está com a segunda parcela do 13º salário e as férias dos funcionários atrasadas. O pagamento do início de 2005 também está comprometido.

O hospital não é gerenciado pelo Estado, e sim pela Prefeitura, e recebe recursos do Ministério da Saúde pelos atendimentos realizados no Sistema Único de Saúde (SUS), cuja tabela está defasada. Atualmente, o hospital recebe R$ 6,3 milhões/mês do Governo Federal, sendo que para colocar as contas em dia, o ideal varia de R$ 8 milhões a R$ 10 milhões/mês, segundo a superintendente do HSM, Maria Tereza Lorezzoni. “Quanto mais pessoas atendemos mais aumenta a nossa dívida”.

O Santa Marcelina recebe, por exemplo, R$ 300,00 do Ministério da Saúde para fazer um parto, quando o valor real deveria ser R$ 500,00 (pois inclui custos de refeição da parturiente, remédios para o recém-nascido e o salário do médico). O prejuízo é de R$ 200,00 por cada parto. O secretário da Saúde, Luiz Roberto Barrada Baratas, explicou que como não houve o reajuste da tabela do SUS o hospital vem trabalhando no vermelho.

O hospital tem poucos convênios firmados na área particular. A maior parte do atendimento, 80%, é voltada ao SUS. Sendo que, geralmente nos demais hospitais, o atendimento ao SUS é responsável por 60%, enquanto que os convênios e a rede particular somam 40%. “O SUS paga muito pouco e os poucos convênios existentes, alguns têm problemas financeiros. E a demanda é muito grande”, disse o governador.

Valéria Cintra