Alckmin libera recursos para ampliação do ambulatório de infectologia do Emílio Ribas

Governador institui Comitê Técnico Estadual de Saúde da População Negra

qui, 01/12/2005 - 14h18 | Do Portal do Governo


No Dia Mundial do Combate à Aids, 1º de dezembro, o governador Geraldo Alckmin esteve no Instituto de Infectologia Emílio Ribas. Referência no tratamento da doença no País, o hospital é considerado o maior em infectologia da América Latina. O governador visitou o pronto-socorro, que foi totalmente reformulado, e anunciou a liberação de R$ 3 milhões para a ampliação do ambulatório de infectologia da unidade.

“Estamos autorizando a liberação dos recursos para agregar mais dois andares no prédio para aumentar a capacidade de atendimento desse centro de referência na área ambulatorial. Aqui se trata aids, meningite, hepatite, leptospirose, leishmaniose, malária, todas as gripes. E é uma referência, por exemplo, na gripe aviária asiática. É a chamada sentinela”, afirmou o governador.

Alckmin aproveitou para chamar a atenção para o aumento do contágio da Aids, por falta de prevenção. “Nós tivemos grande avanço com os remédios. Os medicamentos são muito eficientes e o número de mortes caiu muito. Mas começa-se a perceber que há um recrudescimento do contágio, por falta de prevenção, especialmente na população mais pobre e com menor acesso à informação”, destacou. ‘A Aids é uma doença que se pode evitar e o caminho é a Educação. É levar informação para a população, especialmente a que tem menor acesso aos meios de informação’, completou.

Na reformulação do pronto-socorro, o Governo paulista investiu R$ 1,3 milhão. A unidade, agora, conta com um novo eletrocardiógrafo (aparelho que faz eletrocardiogramas), além de mais 24 leitos de pressão negativa (utilizado para doenças como a tuberculose e gripe aviária), passando de 17 para 41 leitos para esse tipo de atendimento.

Comitê de Saúde para a População Negra

Durante o evento, Alckmin também instituiu o Comitê Técnico Estadual de Saúde da População Negra. O objetivo é definir estratégias e ações para ampliar o acesso a serviços de saúde e informações dos afrodescendentes, além da disseminação das práticas de superação do racismo. “Temos muitas doenças que são ligadas a etnias. Então, criamos o Comitê para capacitar nossos profissionais de saúde”, explicou o governador. Ele destacou que os afrodescendetes têm pré-disposição maior a doenças como a hipertensão essencial maligna (pressão alta). “E é importante ter esse conhecimento e fazer a prevenção”, disse.

De acordo com o secretário estadual da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, além da hipertensão arterial, os afrodescendentes também são mais propensos a ter doenças como a anemia falciforme e, nas mulheres, miomas uterinos. “Esse comitê vai auxiliar a Secretaria a dar uma atenção especial às patologias que afetam mais a população negra”, afirmou.

Doença hereditária, a anemia falciforme é uma má formação da hemácia (glóbulo vermelho). Quando vista ao microscópio, essa hemácia tem o formato de uma foice. Por causa da má formação, ela não funciona bem e aumenta as chances de coágulos. De acordo com o superintendente da Associação Beneficente de Coleta de Sangue, José Augusto Barreto, as pessoas que têm o traço falciforme devem fazer tratamento desde os primeiros dias de vida, já que a doença atinge o baço e predispõe o paciente a infecções. “Quando não se sabe que a criança tem essa doença, ela pode morrer precocemente”, afirma Barreto. Segundo ele, cerca de 1,5% a 2% da população que doa sangue apresenta traço da doença.

O secretário Barradas afirmou que o comitê está propondo, como primeiro trabalho, o levantamento de todos os pacientes com anemia no Estado, que se tratam no Sistema Único de Saúde (SUS). O objetivo é saber qual a proporção de negros entre esses pacientes e identificar a anemia falciforme. “Do mesmo jeito, também queremos saber se há maior incidência de outras doenças entre a população afrodescendente para poder fazer um trabalho de prevenção e de promoção da saúde”, explicou.

Cíntia Cury