Alckmin lamenta início do conflito e elogia posição brasileira

Para o governador, guerra afeta o mundo inteiro, inclusive Brasil

qui, 20/03/2003 - 18h01 | Do Portal do Governo

‘É extremamente triste e inconcebível que no novo milênio não se consiga estabelecer regras multilaterais para se equacionar conflitos’, lamentou o governador Geraldo Alckmin, em relação ao início dos ataques dos Estados Unidos contra o Iraque, após receber o arcebispo de São Paulo, Dom Cláudio Hummes, no Palácio dos Bandeirantes, nesta quinta-feira, dia 20.

Para ele, a postura do Brasil, através de pronunciamentos do presidente da República e do Ministério das Relações Exteriores, ‘é adequada e correta, de respeito à ONU e organismos multilaterais, de busca diplomática de entendimento para o desarmamento de determinadas armas do Iraque.’

Sobre os reflexos da guerra no Brasil, Alckmin considerou que, com a globalização, o mundo inteiro será afetado, inclusive o nosso País. ‘É difícil mensurar hoje o tamanho desse impacto, que será certamente negativo: isso vai depender do desenrolar da guerra, dos fatos que vão acontecer’.

O governador exemplificou que, se a guerra afetar o preço do petróleo, ‘isso afetará toda a economia, na questão dos custos, na subida do dólar, com reflexos na inflação, no desemprego e com retração da atividade econômica mais prolongada, inclusive nos Estados Unidos’.

Comentou que a manutenção da taxa de juros pelo Banco Central, com sinalização de viés de alta ‘mostra preocupação com a guerra, com o cenário externo, uma atitude de precaução até que se tenha um quadro mais nítido da economia internacional. A necessidade é que a taxa de juros caia, não é possível que ela permaneça tão alta por um tempo mais longo, mas estamos numa situação de excepcionalidade’, afirmou.

Alckmin lembrou que o mundo levou décadas para estabelecer regras internacionais ‘que não limitassem a soberania dos países, mas que estabelecessem limites, em benefício de toda a humanidade. Esse multilateralismo não pode ser perdido, precisa ser preservado, e há um prejuízo enorme com essa guerra e essa ação unilateral’, concluiu.

O arcebispo D. Cláudio Hummes disse que ‘não se pode aceitar nem o terrorismo internacional nem esse tipo de guerra’, lembrando os esforços do papa no caminho diplomático de evitar a guerra e preservar a paz.