Alckmin institui o Ano Estadual da Mulher

Assinatura de decreto foi durante homenagem ao Dia Internacional da Mulher no Palácio dos Bandeirantes

seg, 08/03/2004 - 13h56 | Do Portal do Governo


Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, o governador Geraldo Alckmin assinou nesta segunda-feira, dia 8, decreto instituindo o Ano Estadual da Mulher, que entra em vigor a partir de hoje e estende-se até 7 de março de 2005. O estudo de novas políticas públicas para igualdade de gênero será feito entre a Secretaria Estadual da Justiça e Defesa da Cidadania e o Conselho Estadual da Condição Feminina. A cerimônia foi acompanhada por cerca de duas mil pessoas presentes no auditório Ulysses Guimarães, no Palácio dos Bandeirantes, onde a presidente do Fundo Social de Solidariedade, Lu Alckmin, homenageou as presidentes de instituições sociais, líderes comunitárias e de favelas da Capital.

Alckmin comentou que neste domingo, dia 7, visitou na região da Praça da Sé, a 1ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) do Brasil, que hoje já somam 125 no Estado. Ele também expandiu o convênio com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para oferecer assistência judiciária gratuita às mulheres vítimas de violência. “Infelizmente, ainda existe muita violência contra as mulheres, especialmente no próprio lar, onde são espancadas pelos maridos ou pais”, declarou.

No que se refere à saúde citou ações como a retomada da obra do Instituto da Mulher, localizado na avenida Dr. Arnaldo. “Será um dos maiores hospitais do Brasil, tornando-se referência à saúde da mulher, oncologia e transplantes de órgãos”. Também falou de programas que visam diminuir a mortalidade infantil e materna e o Bem Me Quer, desenvolvido pelo hospital estadual Pérola Byington, que realiza serviços de atendimento médico, psicológico e de orientação às mulheres, crianças e adolescentes, vítimas de violência sexual.

Outro destaque foi na área habitacional onde o contrato das moradias da Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano (CDHU) são feitos preferencialmente no nome da mulher.

Referindo-se às líderes comunitárias, a presidente do Fussesp, Lu Alckmin, enalteceu a luta cotidiana destas heroínas anônimas que vêm ajudando os moradores da periferia a retomarem o controle de suas vidas, por meio de programas como as Padarias Artesanais, que ajudam as pessoas a terem renda. “Cresço a cada dia profissional e humanamente com as histórias da população da periferia”, assinalou.

Líder comunitária do bairro Morro Grande, na Zona Oeste, Cleuza Ramos, relatou que mais de 120 mulheres que fizeram o curso da Padaria Artesanal estão trabalhando em padarias comerciais da região.

Moradora do Jardim Planalto, região de Santo Amaro, a dona-de-casa, Antonia Novaes Nonato, 55 anos, há um ano fez o curso da Padaria Artesanal e vende seus produtos de porta em porta no bairro. “Faço pão, bolos (inclusive para casamentos) e salgados. Tiro R$ 600,00 por mês”, comemora. Convivendo numa região carente, parte do lucro Antonia gasta na compra de remédios e os distribui para moradores de cinco favelas da região.

Valéria Cintra