Alckmin fala de economia, educação e desemprego com empresários da América Latina

Governador disse que a audiência foi bastante produtiva

seg, 02/06/2003 - 19h01 | Do Portal do Governo


Após palestra e almoço com integrantes do Capítulo Brasileiro do Conselho de Empresários da América Latina (CEAL), nesta segunda-feira, dia 2, no São Paulo Clube, o governador Geraldo Alckmin disse que a grande preocupação do Estado é o desemprego e que o Brasil não pode perder oportunidade para baixar a taxa de juros. Ele defendeu que as duas maiores prioridades do País são o crescimento econômico e a educação.

Segundo o governador, os empresários brasileiros estão atentos a essas prioridades e, por isso, conversaram muito sobre comércio exterior. “São Paulo é uma grande plataforma exportadora: Nós devemos ultrapassar R$ 20 bilhões de exportações este ano”, disse Alckmin, lembrando que nesta segunda-feira o Conselho de Exportação de Relações Internacionais e Comércio Exterior do Estado também esteve reunido. Ele disse que a audiência foi bastante produtiva, porque houve demonstração de se complementar as economias da América do Sul, começando a trabalhar no centro de logística para exportação e infra-estrutura.

As reformas também foram discutidas. “Eles deram total apoio à reforma da Previdência, mas se mostraram receosos quanto à questão da reforma Tributária, pela oneração ao setor produtivo”, disse Alckmin. Segundo ele, os empresários do CEAL disseram haver necessidade de redução da carga tributária.

Sobre a posição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de taxar armas em prol do Programa Fome Zero, Alckmin disse que o combate à fome é sempre positivo, mas que o grande desafio é o desemprego. “Se as pessoas tiverem trabalho, se tiverem renda, o lado da fome está resolvido”, explicou.

Juros

Alckmin disse que sempre defendeu a tese de que quando se tem necessidade e ataque especulativo é preciso ter coragem e elevar a taxa de juros. Mas da mesma forma, não se pode perder oportunidades. Para ele, no momento em que se tem a inflação declinante, sem pressão de demanda tão forte, é o momento de baixar os juros. “Depois, a política monetária sozinha não resolve: você reduz a taxa de juros e não recupera a atividade econômica”, explicou, dizendo ainda que a preocupação do presidente Lula é legítima.

Questionado se há como crescer sem investir em infra-estrutura, Alckmin disse que há necessidade de se fazer parcerias com a iniciativa privada. Segundo ele, o Estado de São Paulo tem investido na “boa” infra estrutura com recursos do Governo e do setor privado. “Não dá para imaginar que o Governo vai ter dinheiro para fazer tudo.” Deu como exemplo a duplicação da Imigrantes, feita com recursos da iniciativa privada, e o segundo pier do porto de São Sebastião, que o Governo está contratando o projeto executivo.

Quanto à questão do ICMS, o governador disse que São Paulo arrecadou menos R$ 37 milhões em abril e menos R$ 65 milhões em maio, em relação ao orçamento previsto para 2003. “Esse orçamento de 2003 é maior que 2002, e sequer compensa a inflação. A expectativa é que melhore. Vamos ter confiança em que esse juro vai cair, que a atividade econômica vai crescer e que no segundo semestre possa ter uma atividade econômica melhor”, finalizou.

Lilian Santos