Alckmin e Zeca do PT discutem sobre transporte

Governador do Mato Grosso do Sul veio convidar Alckmin para presenciar assinatura de contrato que retoma as obras da ferrovia Bauru-Corumbá

qui, 25/03/2004 - 15h25 | Do Portal do Governo


Governador do Mato Grosso do Sul veio convidar Alckmin para presenciar assinatura de contrato que retoma as obras da ferrovia Bauru-Corumbá

O governador Geraldo Alckmin recebeu nesta quinta-feira, dia 25, o governador do Mato Grosso do Sul, José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, que veio convidá-lo para participar, no dia 2 de abril, da inauguração da termelétrica que usa o gás boliviano para produzir energia em Mato Grosso do Sul. Na ocasião, será assinado o contrato entre a empreiteira Odebrecht e a concessionária Brasil Ferrovia, responsável pela ferrovia Bauru-Corumbá, que vão investir R$ 80 milhões para recuperar os 1.300 km da ferrovia que liga essas duas cidades. Deste total, R$ 30 milhões serão investidos no trecho entre Bauru e a divisa com Três Lagoas (MS); e R$ 50 milhões de Três Lagoas a Corumbá.

A reforma, que inclui oito trechos, terá início no dia 19 de abril e deverá estar concluída entre outubro e novembro deste ano para que o trem de carga possa transportar com mais agilidade e qualidade os produtos brasileiros, como (soja, carne e aço), no tramo entre Bauru-Corumbá, e de Corumbá até Bolívia, chegando ao oceano Pacífico.

A proposta é que o Brasil consiga chegar aos portos chilenos de Antofagasta, Arica ou Iquique, o que vai encurtar em 7.400 km a distância para o mercado asiático, aumentando a competitividade nacional. A ferrovia até o Chile já existe. É possível sair do Porto de Santos chegando ao de Antofagasta de trem, percorrendo uma distância de 4.300 km.

Porém, para isto é necessário reformar pontos emergenciais da ferrovia Bauru-Corumbá, diminuindo o tempo de viagem. Segundo estudos da Bolsa de Mercadorias & Futuros de São Paulo (BM&F), hoje o transporte de trem cargueiro leva 15 dias do Porto de Santos até o Porto de Antofagasta. Com a reforma emergencial, esta distância pode ser diminuída para 11 dias, podendo cair para 8 dias.

“Esta obra é interoceãnica pois vai ligar as costas dos oceanos Atlântico com o Pacífico e será relevante para o desenvolvimento do Mato Grosso do Sul, de São Paulo e do Brasil. É um evento histórico por isso vim convidar o governador”, considerou Zeca do PT.

Alckmin destacou a importância da recuperação do transporte ferroviário. “A ferrovia é imbatível no transporte de carga de longa distância. Suplanta qualquer outro modal”. Observou que o aumento do transporte ferroviário vem crescendo. “Tanto é que há cinco anos só 4% de carga chegavam por ferrovia até o Porto de Santos. No ano passado esse número aumentou para 24%. É uma tendência da recuperação do transporte ferroviário, o que é muito bom para o País ter um modal importante integrado com os demais modais”, falou.

Ainda na área de infra-estrutura de transportes, o governador observou que a hidrovia Tietê-Paraná tem 2.400 km e integra-se em Pederneiras, com a ferrovia que vai para Bauru, chegando até o Porto de Santos. Quanto à recuperação da malha ferroviária entre Bauru e Corumbá, Alckmin disse que vai beneficiar não só os dois estados como todo o País.

Os dois governadores também discutiram a situação da ponte rodoferroviária que corta os dois estados, a partir da cidade de Rubinéia, Interior paulista. A obra é um patrimônio da União, mas foi feita em convênio com São Paulo e Mato Grosso do Sul e está sem fiscalização. Há inclusive roubos de lâmpadas e fios. “É uma das grandes obras do País. Recebeu mais de R$ 500 milhões. Por ela passa toda a carga de produção agrícola do Mato Grosso com destino ao Porto de Santos”, disse Alckmin, acrescentando que os secretários de transportes de São Paulo e do Mato Grosso do Sul vão entrar em contato com o Ministro dos Transportes para definir o operador e a fiscalização da ponte rodoferroviária.

Valéria Cintra