O novo integrante da família 170/190 foi produzido na fábrica da Embraer, em São José dos Campos, e teve as asas completamente montadas pela Kawasaki Aeronáutica do Brasil, no parque industrial de Gavião Peixoto, na região de Araraquara.
O governador ressaltou a importância da companhia para o Estado de São Paulo. ‘A Embraer é uma empresa que gera emprego e renda, agregando valor e tecnologia, além de trazer divisas ao Brasil.’
Presidente Lula e o governador Alckmin deram o tradicional batismo de champagne na aeronave, a maior já fabricada no País,
Maurício Botelho, diretor presidente da Embraer; presidente Luiz Inácio Lula da Silva e governador Geraldo Alckmin abrem o hangar onde estava guardado o Embraer 190.
Novo modelo 190 já tem US$ 4,35 bilhões em encomendas
A empresa brasileira Embraer, quarta maior fabricante de aeronaves comerciais do mundo, deu mais um vôo arrojado nesta segunda-feira, dia 9, com a apresentação do seu maior avião, o Embraer 190. Considerada um dos orgulhos da indústria nacional, a empresa apresentou um jato com capacidade para 108 passageiros, ao custo de US$ 30 milhões.
O governador Geraldo Alckmin e o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, participaram do lançamento, realizado na sede da empresa, em São José dos Campos. Alckmin lembrou que a indústria aeronáutica brasileira começou pelo Centro Técnico Aeroespacial (CTA) e pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos. Para ele, o município fez uma opção pelas pessoas, pela Ciência e Tecnologia. “Hoje, os aviões da Embraer podem ser vistos nos cinco continentes”, elogiou. Atualmente, 125 companhias aéreas de 30 países utilizam as aeronaves da Embraer.
O lançamento da aeronave veio acompanhado de boas notícias para a economia nacional. Duas empresas estrangeiras fecharam pedidos de compra, totalizando 145 aeronaves. A norte-americana Jet Blue encomendou cem unidades, no valor de US$ 3 bilhões, e firmou mais cem opções de compra. A Air Canadá adquiriu 45 modelos, no valor de US$ 1,35 bilhão.
Para o presidente Lula, a Embraer está contribuindo para a retomada do crescimento econômico do País. “Ela foi responsável por US$ 25 bilhões da balança comercial em 2003 e é uma das líderes de exportação”, disse. A empresa emprega cerca de 13 mil pessoas e tem expectativa de exportar 160 aeronaves neste ano.
O Embraer 190 é o terceiro modelo de uma família que inclui o 170,175,190 e 195, sendo que este último está sem data para fabricação. O 190 é um pouco maior que os anteriores. Tem 36,24 metros de comprimento, 10,55 metros de altura e 108 assentos. Por isso, tem asas maiores de 28,72 metros e motores mais potentes. Seu alcance é de 2.200 milhas náuticas (4,1 mil quilômetros), a uma velocidade de 830 quilômetros por hora.
Com quatro portas, o avião permite flexibilidade na configuração das cabines, seja para uma ou duas classes, e ainda apresenta lavatórios na frente e atrás, que permitem melhor serviço de bordo. O lançamento do modelo 190 surge no momento em que o transporte aéreo mundial demanda aviões de baixo custo, com menos lugares, mas com os mesmos níveis de conforto e segurança dos grandes.
Esta nova exigência do mercado vem ocorrendo após a crise dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos, que fez com que as empresas aéreas ficassem mais enxutas e inovassem para manter a qualidade e a clientela. Vôos com apenas metade da capacidade ocupada ficaram inviáveis. Por isso, os aviões menores começaram a conquistar mercado. Atenta à esta mudança, é neste novo nicho que a Embraer está investindo.
Com mais de 30 anos de experiência em projeto, fabricação, comercialização e pós-venda, a empresa já entregou cerca de 5.500 aviões, que estão em operação nos diversos pontos do mundo. Além de sua sede no Brasil, a Embraer tem fábricas e escritórios nos Estados Unidos, França, Cingapura e Austrália.
Valéria Cintra / Lilian Santos / Rogério Vaquero
