Alckmin e Lula abrem a 35ª Francal no Anhembi

Evento, que vai até o dia 11, reúne expositores de todo o País

ter, 08/07/2003 - 16h56 | Do Portal do Governo


Teve início nesta terça-feira, dia 8, a 35ª Francal – Feira de Calçados, Acessórios de Moda, Máquinas e Componentes, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, zona norte da Capital. Exclusiva para profissionais do setor de calçados, o evento, que vai até o dia 11, reúne expositores de todo o País e foi aberto pelo governador Geraldo Alckmin e pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de calçados, ficando atrás apenas da China e da Índia.

O governador Geraldo Alckmin anunciou duas medidas para estimular as vendas do setor no exterior. A primeira se refere ao fast track. Por meio da Secretaria da Fazenda, o Governo vai devolver rapidamente o crédito tributário a que o empresário tem direito, quando compra insumos ou matéria-prima de outros estados para usar em seus produtos que serão exportados. Da parcela que é exportada, ele tem o direito de abater e receber de volta os 12% que pagou de imposto interestadual, desde que esteja com sua vida tributária em dia. “Os exportadores e produtores paulistas já podem procurar a Secretaria da Fazenda e entrar no regime especial”, afirmou o governador. O secretário da Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo, João Carlos de Souza Meirelles, disse que o Governo paulista é o único no Brasil que honra com esse compromisso de devolução pelo regime normal. “Isto é o resultado da Lei Kandir que dá isenção de exportação. Ao se isentar da exportação, o empresário precisa se creditar daquilo que ele pagou”, acrescentou Meirelles.

A outra medida se refere ao IVA (Imposto de Vendas ao Consumidor). Alckmin disse que está em estudo a assinatura de um decreto de um imposto específico para o setor calçadista, o que vai facilitar as exportações. “Nós temos de fazer um grande esforço nas exportações. O mercado interno está enfraquecido, devido a retração da atividade econômica. E a exportação, em virtude do dólar ter caído e o real ter se valorizado, também enfrenta dificuldade”, explicou o governador, destacando a importância do setor calçadista para a economia paulista. “São Paulo tem mão-de-obra intensiva. E este é um mercado onde a micro e pequena empresa gera muito emprego e ajuda a economia a crescer”.

Como valorização do setor, Alckmin disse que o Governo do Estado, em parceria com o Sebrae, está investindo nos Arranjos Produtivos Localizados, que contarão com investimentos do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), que somados ao do Sebrae, totalizam US$ 20 bilhões, para conquistarem novos mercados. Os APLs contam ainda com o apoio do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) que ajuda estas empresas nas questões do design, da tecnologia e na qualidade de seus produtos.

Ao falar sobre agregar valor ao produto, Alckmin disse que o Brasil tem o maior rebanho bovino comercial do mundo. Só este ano, devem ser abatidos 40 milhões de peles. “Ao invés de exportar a matéria-prima, vamos exportar o valor agregado, gerando emprego aqui no País”.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o País precisa crescer e gerar empregos. Ressaltou a necessidade do Brasil conquistar novos mercados. Falou que até o final do ano fará viagens a cinco ou seis países árabes com o objetivo de fazer novos negócios. E que no ano que vem pretende ir à China, Índia e Rússia. ‘São mercados altamente promissores. E não podemos esperar que venham procurar pela gente. Temos de ir lá’, disse.

Francal

A edição deste ano reunirá 800 expositores, em 42 mil m2 de área, a espera de 45 mil visitantes. A expectativa de vendas para esse ano é grande. Mais de 12 mil credenciais foram entregues a compradores internacionais e a estimativa é que cerca de 1,3 mil importadores, 15% a mais que o número de visitantes estrangeiros do ano passado visitem a feira.

O crescimento foi impulsionado pelo trabalho de promoção dos produtos brasileiros em eventos em vários países, como Chile, Venezuela e Colômbia. Há ainda o Projeto Comprador, iniciativa que trará à Francal empresários da Europa e do Oriente Médio. A finalidade é abrir novas fronteiras para os calçados nacionais em mercados para os quais o Brasil pouco vende e reforçar os vínculos com parceiros tradicionais.

De janeiro a maio deste ano, o total de exportações chegou a US$ 616 milhões, 3% a mais do que nos cinco primeiros meses de 2002, quando o faturamento ficou em US$ 596 milhões.

Valéria Cintra