Alckmin doa sangue no Dia Nacional do Doador

No fim do ano, doações costumam cair e consumo crescer

qui, 25/11/2004 - 12h49 | Do Portal do Governo


O Dia Nacional do Doador de Sangue é comemorado nesta quinta-feira, 25 de novembro, e tem como objetivo incentivar o aumento das doações. Por isso, nesta data, os hemocentros anunciam a presença de pessoas famosas e entregam brindes aos doadores. Foi o que aconteceu nesta manhã no Hemocentro da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, na região Central da Capital. Além de oferecer bolo, um brinde e um certificado parabenizando todos doadores de hoje, o Hemocentro da Santa Casa contou com as doações do governador Geraldo Alckmin e do secretário estadual da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata. Após doar sangue, Alckmin afirmou que “não dói nada” e aproveitou para elogiar o lanche. “Depois que a gente doa o sangue, tem direito a um lanche, que é nota dez: sanduíche, maçã, suco. Foi ótimo”, brincou.

O governador destacou que há uma necessidade grande de sangue em todas as cidades. Ele explicou que o sangue é necessário para casos de traumatismos, cirurgias, queimaduras, anemia, câncer e doenças da coagulação, entre outros. O sangue doado fornece hemáceas (glóbulos vermelhos); os fatores do sangue, através do plasma; albumina, usada em queimados; e plaquetas, importantes fatores de coagulação.

“Doar sangue é bom para quem recebe. Pode salvar vidas, ajudar as pessoas a viver melhor. E é bom para quem doa, porque está ajudando o próximo. Isso faz muito bem para as pessoas”, observou Alckmin.

De acordo com o hemoterapeuta da Santa Casa, Rodolfo Delfini Cançado, a data é comemorada em novembro porque é nesse período do ano que as doações começam a cair, por causa do início do período de férias. Ao mesmo tempo, é a fase em que o consumo cresce, já que aumenta o número de acidentes em ruas e estradas.

Para o governador, é preciso criar na população uma cultura de doação permanente de sangue. Isso porque a maioria das pessoas só doa sangue em casos de emergência, quando um amigo ou parente precisa. “A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 3% da população deveria doar sangue para manter o estoque’, enfatizou.

Ele ressaltou que, além das emergências, causadas por acidentes ou doenças, há casos em que o sangue precisa ser trabalhado com antecedência. No caso dos fatores do sangue, que são usados por pessoas portadoras de doenças da coagulação, é necessário separar o plasma do sangue doado e enviar para a França. Lá, são produzidos os fatores de coagulação e o produto é devolvido para o Brasil.

Para agilizar a obtenção dos fatores do sangue e deter essa tecnologia, informou Alckmin, o Governo do Estado vai construir uma fábrica de hemoderivados, no Instituto Butantan.

No Estado de São Paulo são registradas cerca de 900 mil doações de sangue por ano, das quais, 45% obtidas de pessoas que estão doando pela primeira vez. Entre as cidades que mais coletam sangue em São Paulo estão a Capital, Ribeirão Preto, Campinas, Botucatu e São José do Rio Preto.

A principal dificuldade dos bancos de sangue é encontrar doadores com sangue de RH fator negativo, que representam 25% da população. Outro desafio é conscientizar os voluntários a manterem constância na doação. Vale lembrar que os homens podem doar sangue uma vez a cada dois meses e as mulheres, uma a cada três meses.

Para doar, é necessário ter entre 18 e 65 anos, pesar no mínimo 50 quilos, estar alimentado, evitando a ingestão de comidas gordurosas nas quatro horas que antecedem o ato, e ter dormido pelo menos seis horas nas últimas 24 horas.

Estão impedidos de doar sangue os portadores de HIV (Aids), Hepatite B, doença de chagas, malária, hanseníase, tuberculose extra pulmonar, doença renal crônica, diabetes tipo I e II com lesão vascular; quem já teve sífilis, acidente vascular cerebral (derrame), epilepsia após aos dois anos de idade, hepatite após os dez anos de idade; quem recebeu tratamento com hormônio de crescimento, transplante de córnea, implante de material biológico à base de dura-máter; os que fazem uso de drogas ilegais injetáveis; e quem tem alcoolismo crônico.

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Cíntia Cury