Alckmin discute reformas da Previdência e Tributária com os ministros da Casa Civil e da Fazenda

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dom, 16/02/2003 - 14h26 | Do Portal do Governo


A necessidade de se realizar as reformas da Previdência e Tributária, ainda este ano, foi o assunto discutido neste domingo, dia 16, entre o governador Geraldo Alckmin e os ministros da Casa Civil, José Dirceu, e da Fazenda, Antonio Palocci, que vieram ao Palácio dos Bandeirantes reafirmar a mensagem do presidente Lula sobre a importância de apoio aos temas. O encontro levou cerca de duas horas.

Mais uma vez, Alckmin manifestou a contribuição do PSDB em aprovar as reformas para o bem do País e de São Paulo. No encontro realizado no último dia 10 entre os oito governadores tucanos, foi assinada uma nota para registrar a convergência de opiniões sobre os temas da agenda nacional.

Entre os dias 21 e 22 deste mês haverá um encontro do presidente da República com os 27 governadores em Brasília. ‘Essa reunião será importante para a discussão dos temas tão necessários ao País’, destacou Alckmin, detalhando os assuntos abordados durante o encontro deste domingo.

‘Falamos sobre a reforma da previdência, que nos parece a mais urgente, pois, entre outras coisas, pode ser um dos caminhos da retomada do crescimento econômico, na medida em que se consegue recursos para financiar o desenvolvimento’, acrescentou o governador. Sobre a reforma tributária, foi debatido como ela pode contribuir no combate à sonegação e também sobre o fim da guerra fiscal. Quanto à reforma administrativa falou-se sobre a necessidade de teto e sub-teto nos Estados.

O governador também conversou sobre a área rodoviária, especialmente à que tem ligação com o Estado do Mato Grosso do Sul.

‘Nós temos duas ligações sobre o Rio Paraná: a ponte, que é uma obra feita em parceria do Estado e do Governo Federal e une os municípios de Panorama, em São Paulo, e Brasilândia, no Mato Grosso do Sul’, explicou Alckmin. Esta ponte está com cerca de 75% das obras concluídas, e vai depender de verba do Governo Federal para dar continuidade à obra. A outra ponte, que faz a ligação com Mato Grosso do Sul, por meio do município de Presidente Epitácio, em São Paulo, já tem 50 anos, e está velha, apresentando alguns problemas.

‘Se o tráfego for interrompido vai complicar a ligação entre os municípios’, prosseguiu o governador. Sobre a ponte inacabada, ele afirmou que falta uma verba de R$ 26 milhões, aproximadamente, referentes ao ano passado e a este ano.

Na questão do transporte ferroviário foi discutida a necessidade de se criar um Ferroanel, para dividir os trens de transporte de pessoal dos trens de carga, que aumentam de tamanho cada vez mais.

As definições que devem ocorrer no setor elétrico e as dificuldades das empresas na área de energia também foram discutidas. Assim como a possibilidade de guerra e as conseqüências para a economia do País.

Dirceu destaca a importância de São Paulo na aprovação das reformas

O ministro José Dirceu afirmou que há muito tempo estava devendo uma visita a Alckmin, desde que ele ganhou a eleição. O peso político do Estado de São Paulo no apoio das reformas foram destacados por Dirceu.

‘São Paulo tem um papel importante no Brasil e a bancada de senadores e deputados paulistas é expressiva no Congresso. Portanto, do ponto de vista político, é muito importante que nos entendamos’, considerou. Para o ministro, Alckmin e os demais governadores tucanos têm deixado claro em suas declarações o interesse em realizar as reformas.

‘É imprescindível, urgente e necessária. Tudo que possamos fazer no primeiro semestre vai ajudar o país. Todos nós sabemos que as dificuldades são muitas e que o cenário internacional não ajuda por causa da possibilidade da guerra’. Sendo assim, o Congresso Nacional tem pela frente uma grande oportunidade junto com os governadores, prefeitos, partidos políticos e o executivo, de tomar uma série de decisões ainda no primeiro semestre que possam ajudar o Brasil a retomar seu crescimento econômico, avaliou o ministro.

Tema polêmico, Dirceu afirmou que as reformas mexem com muitos interesses, direitos, privilégios e, por isso, é um assunto que envolve toda a sociedade brasileira. ‘Vamos procurar resolver as divergências com diálogo e com um debate aberto com a sociedade’.

Também participaram do encontro os secretários estaduais da Casa Civil, Arnaldo Madeira; de Economia e Planejamento, Andrea Calabi; e de Energia e Recursos Hídricos, Mauro Arce.

Valéria Cintra / Gláucia Basile