Após participar XI Unctad e se reunir com o Secretário-Geral da ONU, Koff Anann, o governador Geraldo Alckmin se encontrou com o vice ministro de Relações Exteriores da França. Renaud Muselier.
Alckmin e Muselier conversaram sobre as relações comerciais entre o Estado de São Paulo e a França.
O ano de 2005 será o ano do Brasil na França e São Paulo deverá estar presente com missão de negócios e apresentações culturais. Este foi um dos temas discutidos pelo governador Geraldo Alckmin e o vice-ministro de Relações Exteriores da França, Renaud Museller, durante a realização da 11ª Sessão da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad), em São Paulo.
Alckmin destacou que o Estado de São Paulo tem boas parcerias com a França, especialmente no setor aeroespacial, entre o Centro Tecnológico de Tolouse e o Centro Tecnológico de São José dos Campos, onde se situa a fábrica da Embraer.
O diálogo envolveu também a possibilidade de uma parceria entre os portos de Marselha e Santos, com o objetivo de desburocratizar, facilitar o acesso, atrair investimentos, conquistar novos mercados e agregar valor. Para o governador, essa cooperação permitiria que se chegasse por Marselha a terceiros mercados, com acesso à Europa e África, por exemplo. Por sua vez, Santos permitiria que produtos franceses chegassem à América do Sul.
Mais da metade dos investimentos franceses no País está no Estado de São Paulo e se encontram em crescimento, salientou o governador. A balança comercial entre São Paulo e França está equilibrada. São Paulo exporta minério de ferro, soja, avião (RJ da Embraer), celulose e papel. Importa avião (Air 2), produtos químicos e de telecomunicações.
Durante o encontro, Alckmin falou sobre a importância da Lei da Parceria Público Privada (PPP), recentemente sancionada pelo Governo do Estado. Como exemplo de sua aplicação, disse que a licitação da Linha 4 do Metrô irá contar com a participação da iniciativa privada. Lembrou que a Alstom, grande fornecedora de trens para o metrô tem fábrica em São Paulo, no bairro da Lapa. A empresa construiu os trens da Linha 5 do Metrô e ganhou status de qualidade que permitiu que vencesse concorrências para construção de trens para Santiago, no Chile, e Nova York, nos Estados Unidos.
O governador acrescentou que todas essas máquinas serão construídas na fábrica da Lapa, devendo gerar mais de 2 mil empregos. As contratações já começaram. Destacou que o programa do PPP prevê a além da construção da Linha 4 do Metrô e a compra de muito material de transporte para melhorar a malha ferroviária do Estado.
Disse ainda que o PPP deverá ter investimentos da iniciativa privada no Porto de São Sebastião, em rodovias e saneamento básico, setores onde há grandes empresas francesas. Alckmin fez questão de mostrar que São Paulo cumpre seus contratos, já que essa era uma das preocupações francesas.
Antes da reunião com o vice-ministro francês, Alckmin teve um encontro com o secretário-geral da ONU, Koffi Anann, e falou sobre o tema “As metas do milênio”. Ele salientou os avanços do Estado no setor social, com forte queda na mortalidade infantil – quase 40% em oito anos, além da queda da mortalidade materna. “Todas as metas de São Paulo estão à frente dos objetivos estabelecidos pelos países em desenvolvimento”, concluiu o governador.
Cíntia Cury
