Alckmin desativa mais duas carceragens em distritos policiais na zona leste da capital

Outras duas carceragens seriam desativadas hoje e mais quatro até o fim deste mês, todas na região leste

qua, 08/06/2005 - 16h43 | Do Portal do Governo


Quatro distritos policiais (DPs) da zona leste da capital tiveram as carceragens desativadas nesta quarta-feira, dia 8. O governador Geraldo Alckmin esteve em dois deles para a derrubada das celas, o 66º e o 53º DP. Ele anunciou que outros quatro distritos policiais terão as carceragens desativadas e as celas retiradas até o fim deste mês. São eles: 57º DP – Parque da Mooca, 58º DP – Vila Formosa, 67º DP – Jardim Robru e 103º DP – Itaquera. O governador também participou de seminário promovido pelo Fórum de Desenvolvimento da Zona Leste e visitou o Hospital Santa Marcelina.

Nesta quarta-feira, foram desativadas também as carceragens dos 55º e 69º distritos. Dos 93 Distritos Policiais da capital, 52 já não mantêm carceragens, em outros 26, elas serão desativadas ainda este ano, e 15 DPs vão manter espaço para presos.

Em todo o Estado, o governo paulista atingiu hoje o total de 151 carceragens desativadas, sendo 55 em DPs e 96 em cadeias públicas, além da cadeia do Depatri. “Entre capital, região metropolitana e interior, 17.000 presos foram transferidos de cadeias para o sistema penitenciário”, explicou o Alckmin.

O governador enfatizou que a retirada de presos de distritos policiais e cadeias melhora a eficiência da polícia, que deixa de tomar conta de detento e passa a exercer a função de polícia investigativa e judiciária, e proporciona alívio para a população que vive no entorno das delegacias.

A proprietária da banca de jornais que fica em frente o 66º DP, Aparecida Jesus da Silva, tem a mesma opinião. “A delegacia era um barril de pólvora que podia explodir a qualquer momento. A preocupação com os presos era de todos. Agora, sem eles aqui, fica mais calmo e mais seguro”, afirma.

De acordo com o secretário da Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, as investigações têm 48% de esclarecimento só no Departamento de Homicídio e Proteção da Pessoa (DHPP) e o número de prisões quadriplicou. Ele destacou ainda a queda nos índices criminais, especialmente, homicídios, que vem ocorrendo no Estado.

Saulo Abreu enfatizou ainda que a Unesco está realizando um estudo sobre a queda de homicídios em todo o Estado de São Paulo. Saulo Abreu enfatizou ainda que a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) está realizando um estudo sobre a queda de homicídios em todo o Estado. “É o único Estado sendo estudado. Todos os outros são países”, informou. Ele lembrou que a tendência de queda nos índices de homicídio já haviam sido identificadas pelo Ipea e pela Fundação Seade.

O secretário citou ainda o envolvimento de organizações não governamentais (Ongs) na questão da Segurança Pública. Entre eles, o Instituto São Paulo Contra a Violência, que mantém o Disque-Denúncia, e diversos prêmios entregues á polícia por Ongs, por boas práticas. “Na medida em que se reduz a sensação de impunidade do criminoso, se desestimula o crime. E, por outro lado, a população passa a acreditar na polícia”, disse.

De acordo com o governador, só na zona leste, os índices de homicídios apresentaram queda de 33% em 2004 em relação ao ano anterior. Já entre janeiro e abril deste ano, a redução foi de 26% em relação ao mesmo período de 2004.

Fórum de Desenvolvimento da Zona Leste

Após a derrubada das grades do 66º e do 53º distritos policiais, o governador foi ao Sesc Itaquera, onde participou do Seminário Sobre Crescimento e Qualidade de Vida da Zona Leste, promovido pelo Fórum Para o Desenvolvimento da Zona Leste. A organização não governamental realiza encontros periódicos para discutir temas ligados ao desenvolvimento regional. No evento desta quarta-feira os temas em discussão eram o plano diretor da cidade, desenvolvimento econômico da região e questões ligadas à educação e à cultura.

“A zona leste é maior que o Uruguai. Tem uma população de 4,5 milhões de pessoas”, destacou Alckmin. Ele lembrou que o Estado implantou, na região, dois novos batalhões da Polícia Militar, o novo campus da USP, uma Fatec, três hospitais e está construindo mais um em Sapopemba, no novo modelo de hospital local. “Com a chegada da Asa Sul do Rodoanel, que esperamos lançar rapidamente o edital de licitação, estaremos integrando o aeroporto de Cumbica com o Porto de Santos. Com isso, passa-se a ter na região leste uma logística muito boa para atrair novos investimentos”, afirmou.

Ele enfatizou que o principal problema da região leste, que é muito populosa, é a falta de oferta de empregos. Com isso, as pessoas precisam se deslocar e o sistema de transportes fica sobrecarregado. “Precisamos consolidar na região um foco de novas empresas. E a logística é importante. Essa ligação do aeroporto com o Porto de Santos pode ajudar muito”, disse.

Em seguida, o governador foi ao Hospital Santa Marcelina, onde reuniu-se com a irmã Tereza Lorenzoni. O objetivo é auxiliar o hospital na crise financeira que vem atravessando pela falta de correção da tabela de repasses do Sistema Único de Saúde (SUS). “O Governo de São Paulo tem colocado R$ 1 milhão todo mês para ajudar no custeio do hospital”, disse. Só no ano passado, foram repassados mais de R$ 15 milhões para custeio. Além disso, bancos com a Nossa Caixa e o Itaú estão ajudando a rolar a dívida do hospital.

Cíntia Cury