Alckmin desativa a carceragem de mais uma delegacia da Capital

Todas carceragens de delegacias da cidade serão desativadas em 2 anos para reorganizar o sistema penitenciário

sex, 31/01/2003 - 16h09 | Do Portal do Governo


Todas carceragens de delegacias da cidade serão desativadas em dois anos para reorganizar o sistema penitenciário paulista

A desativação de carceragens dos Distritos Policiais (DPs) e a construção de penitenciárias e Centros de Detenção Provisória (CDPs) estão possibilitando a reorganização do sistema penitenciário paulista. O objetivo é separar os presos que ainda aguardam julgamento dos demais, isolar os de maior periculosidade em detenções de segurança máxima e disponibilizar oficinas de trabalho nas unidades prisionais. Com isso, os policiais civis deixam de vigiar os presos para cumprir suas funções de investigação e os detentos passam a ser responsabilidade da Secretaria da Administração Penitenciária.

O governador Geraldo Alckmin determinou que até o fim de 2004 todas as carceragens dos distritos policiais da Capital sejam desativadas. Nesta sexta-feira, dia 31, Alckmin participou da derrubada das grades do 85º DP, localizado no bairro Jardim Mirna, periferia da Zona Sul de São Paulo. ‘Já desativamos 31 carceragens, mas ainda faltam 48 delegacias’, afirmou.

Ele anunciou que a próxima delegacia que terá as celas desativadas será o 3º DP, no bairro Santa Ifigênia. ‘Lá tem quase 160 presos’, explicou o governador. Segundo ele, as desativações estão sendo feitas primeiramente nas unidades mais problemáticas. ‘Esta delegacia (85º DP) chegou a abrigar mais de 130 presos, mas não há espaço físico para comportar este número sem riscos de fuga, rebeliões e resgate’, analisou.

O delegado titular do 85º DP, Waldemar Alves Carneiro Júnior, confirmou que a desativação desta carceragem é fundamental para oferecer mais segurança para a população. Segundo ele, os presos que ocupavam esta unidade eram de alta periculosidade e várias rebeliões já ocorreram no local. A última, há duas semanas, resultou na morte de um investigador. ‘Com a derrubada das grades, teremos seis policiais que passarão a atuar exclusivamente no trabalho de investigação’, observou.

A comerciante Adelaide Mendes, 47 anos, reside na vizinhança da delegacia e possui uma banca de frutas em frente ao DP. Ela admitiu que estava perdendo muitas vendas nos últimos dias. ‘Por causa da rebelião, as pessoas estavam evitando passar nesta rua. Além disso, eu também fiquei com medo, porque costumo manter a banca aberta até as 22 horas’, disse. Ela destacou que com a desativação todos vão se sentir mais seguros e até o comércio poderá crescer.

O secretário-adjunto da Segurança Pública, Marcelo Martins de Oliveira, destacou que todos os distritos policiais que não possuem mais presos passarão a ser ‘delegacias poupatempo’. Nesse tipo de unidade, a população encontra serviços rápidos e de qualidade, com rede de computadores, entradas separadas para as vítimas e assistentes sociais. ‘É uma nova mentalidade de atendimento’, confirmou.

Rogério Vaquero