Alckmin autoriza uso de imóvel para instalação de museu nipo-brasileiro

Ação faz parte dos preparativos para a comemoração, em 2008, do centenário da imigração japonesa

ter, 30/08/2005 - 15h57 | Do Portal do Governo


O prédio localizado no bairro da Liberdade, que já foi uma escola, será transformado no Museu de Arte Moderna Nipo-Brasileira Manabu Mabe. Nesta terça-feira, dia 30, o governador Geraldo Alckmin assinou o decreto que permite o uso por tempo indeterminado do imóvel pelo Instituto Manabu Mabe para a instalação do museu. O ato faz parte dos preparativos para as comemorações do centenário da imigração japonesa no Brasil, em 2008.

O decreto será publicado no Diário Oficial de quarta-feira, dia 31. “Não quero que seja apenas um decreto, mas que seja uma lei, para ter caráter definitivo a cessão do imóvel para o Instituto”, afirmou Alckmin. Por isso, o governador enviará projeto de lei à Assembléia Legislativa.

“Um prédio que está desativado, abandonado há muito tempo, vai ser agora transformado num espaço de cultura e educação. Será um museu interativo, mostrando a beleza dessa interação de uma cultura milenar, que é a japonesa, e a dos trópicos e de como foram bons esses cem anos de amizade e cooperação”, afirmou o governador.

No imóvel, que tem 1.632 metros quadrados de área construída, funcionou o Grupo Escolar São Joaquim, que depois passou a ser Escola Estadual de Primeiro Grau Campos Salles. Após um incêndio ocorrido em 1993, os alunos foram transferidos e a escola desativada. O prédio foi projetado pelo arquiteto Giovanni Battista Bianchi, em 1991.

São Paulo é a capital do Japão no Brasil

De acordo com o governador, São Paulo pode ser considerado a capital do Japão no Brasil. Ele informou que quase 60% da comunidade japonesa que vive no Brasil está no Estado.
Os imigrantes japoneses começaram a chegar ao Brasil em 1908 e, atualmente, a comunidade conta com cerca de 1,5 milhão de pessoas.

Manabu Mabe também foi um imigrante japonês. Nascido em 1924, na cidade de Kumamoto-Ken, no sul do Japão, mudou-se para Lins, no interior de São Paulo, aos dez anos de idade. Trabalhou na lavoura e, aos vinte anos, iniciou carreira artística. Naturalizou-se brasileiro em 1959, para poder receber o prêmio de melhor pintor brasileiro na Bienal.

Presidido por sua mulher, Yoshino Mabe, o Instituto, uma entidade sem fins lucrativos, tem como objetivo manter viva a imagem do artista plástico Manabu Mabe, morto em setembro de 1997.

O Instituto será responsável pela restauração do imóvel e implantação do museu, que vai abrigar as obras de Mabe e também de outros artistas.

No evento, o governador recebeu de Yugo Mabe, filho de Manabu, o quadro ‘Bosque da Cidade’, pintado em 1996. A obra de Yugo foi incorporada ao acervo do Palácio dos Bandeirantes.

Cíntia Cury