Alckmin apresenta trecho do jardim às margens do Tietê

Segunda fase da Calha do rio fica pronta até o fim deste ano

ter, 20/09/2005 - 12h09 | Do Portal do Governo


O Rio Tietê terá o jardim mais longo do país, com 50 quilômetros de extensão. O projeto paisagístico do rio é parte integrante de maior obra brasileira de drenagem urbana, a ampliação da calha do rio, que já vem contribuindo para evitar os problemas de enchentes na cidade, mesmo antes da finalização das obras, prevista para o fim deste ano. O piloto desse jardim que ocupará as duas margens do Tietê, com 24,5 quilômetros cada, foi apresentado pelo governador Geraldo Alckmin, nesta terça-feira, dia 20.

Ele visitou de barco as obras da Calha do Rio Tietê e desembarcou na marginal expressa, logo após a Ponte do Piqueri, onde está o piloto do jardim. A visita faz parte das ações que marcam o Dia do Rio Tietê, comemorado em 22 de setembro, véspera do início da Primavera.

Ao todo, o projeto paisagístico prevê o plantio de 100.000 mudas de árvores, arvoredos, arbustos e mais de 2 milhões de mudas de vedélias (uma forração vegetal antipragas), nas duas margens, da barragem da Penha até o Cebolão. Ao lado de cada ponte, árvores demarcadoras, com folhagens e colorações diferentes, vão sinalizar os diversos pontos das marginais.

“Teremos, a cada 20 metros, árvores grandes, como paineiras, pau-brasil, madeira de lei, jacarandá, jatobá, pau-ferro. Entre essas árvores chamadas demarcadoras, vamos ter as intermediárias, como os ipês, as quaresmeiras, os chorões, as palmeiras. Vamos ter mais de 9.000 árvores. Entre as árvores intermediárias, teremos as floreiras, viuvinha branca, viuvinha vermelha, esponjinha vermelha, as flores todas caindo sobre a margem, cobrindo um pouco o concreto. E 220.000 metros quadrados de cobertura vegetal, que são as vedélias. Ela é totalmente verde e dá flores amarelas”, detalhou Alckmin.

O governador informou que o jardim vai ocupar o lugar que era usado para colocar o lixo retirado do rio. “Foi feito aqui uma hidrovia e uma eclusa no Cebolão. Com a eclusa se pode, por barcaça, limpar o rio”, explicou. A cada ano, o Tietê recebe cerca de 650.000 metros cúbicos de sedimentos, sendo que grande parte é composta por areia ou lixo.

Para se ter uma idéia, nesses três anos de obra, foram retiradas, em média, 12 toneladas de lixo do rio. Foram milhões de pets, sacos plásticos, camas, colchões, pedaços de veículos, geladeiras, fogões e mais de 120 mil pneus.

Além de embelezar o trajeto, o jardim também deverá melhorar a qualidade ambiental da região, já que vai se somar ao esforço do Estado para a retirada de milhões de metros cúbicos de sedimento, rochas e muito lixo que é lançado ao rio.

Aprofundamento da Calha

O Estado está trabalhando no aprofundamento da Calha do Tietê. Ao longo de 24,5 quilômetros, da barragem da Penha até o Cebolão, o rio está sendo aprofundado em 2,5 metros e alargado em sua base de 22 a 45 metros. O objetivo é aumentar a capacidade do rio e evitar que transborde com as chuvas, causando enchentes na cidade. Até o momento, 92% dos trabalhos estão prontos e o rio já conquistou quase o dobro da capacidade de vazão. “Aumenta muito a capacidade de armazenamento de água, dificultando as enchentes”, afirmou Alckmin.

Ele explicou que além de alargar e aprofundar o Tietê, as paredes das margens do rio foram feitas com concreto e com enrocamento a parte baixa. “Todos os córregos, são 72 rios, chegando com sua foz concretada e com escadaria com dissipador de energia”, disse.
A obra foi dividida em duas fases, sendo que a 1ª foi concluída em dezembro de 2000, entre as barragens Móvel (sob o Cebolão) e Edgard de Souza, com 16 quilômetros. A 2ª fase teve início em 2002 e deve terminar até o fim deste ano.

Além da ampliação da calha, foram reforçados os pilares de quatro pontes, refeitos todos os 668 desemboques de afluentes e bocas de lobo de drenagem pluvial, instalados 45 quilômetros de barreiras rígidas de concreto (defensas mais seguras para os motoristas que os antigos guard-rails), melhoria da capacidade de drenagem das marginais expressas e criadas 61 baias de apoio ao tráfego ao longo da faixa esquerda das pistas expressas das marginais.

Parte do Plano de Macrodrenagem da Região Metropolitana de São Paulo, a ampliação da Calha do Tietê já cumpre os objetivos, que são: aumentar a capacidade de escoamento da calha do rio para diminuir a ocorrência de inundações e permitir a limpeza e o desassoreamento da calha pelo próprio rio, tornando desnecessária a interferência no tráfego das marginais. Tudo isso contribui para melhorar a qualidade de vida da população da Região Metropolitana.

Cíntia Cury