Alckmin apresenta estação e trens reformados da CPTM

Governador percorreu trecho da Linha A em trem reformado pela CPTM e desembarcou na Estação da Lapa, reformada com trabalho de presos

ter, 24/08/2004 - 15h38 | Do Portal do Governo


A Linha A da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que vai do bairro da Luz, na Capital, aos municípios de Francisco Morato e Jundiaí, na Grande São Paulo, recebeu mais dois trens reformados. O acréscimo de oito vagões à Linha, com capacidade para transportar mais 2 mil pessoas por dia, possibilitará a redução de um minuto no intervalo de trens nos horários de pico, diminuindo de nove para oito minutos. Nesta terça-feira, dia 24, o governador Geraldo Alckmin percorreu um trecho da Linha A num dos trens reformados e desceu na Estação da Lapa, que também passou por reformas executadas por presos que cumprem pena em regime semi-aberto.

“Estamos fazendo um grande trabalho de melhoria da qualidade do trem. O povo gosta do trem. Há três anos, tínhamos 1,1 milhão de passageiros por dia transportados pela CPTM. Hoje temos 1,3 milhão por dia. Aumentou 200 mil passageiros por dia e continua aumentando. Com esses novos trens poderemos transportar mais pessoas e com melhor qualidade”, destacou o governador.

Alckmin anunciou que a Linha A receberá, até o fim deste ano, mais três trens reformados, reduzindo o intervalo de trens em horários de pico para sete minutos. “Em 1995, o intervalo nesta Linha era de 15 minutos. Foi reduzido para nove minutos e agora vai reduzir para oito minutos, com mais dois trens. Até o fim do ano, a Linha vai receber mais três trens reformados e diminuir para sete minutos o intervalo em horários de pico”, afirmou.

Cada trem conta com quatro vagões e capacidade para transportar 250 passageiros. Na reforma, eles ganharam ar-condicionado e tiveram o piso e o revestimento recuperados, os pega-mãos de alça substituídos por barras, os bancos pintados e as janelas passaram por manutenção. Os equipamentos elétricos e mecânicos passaram por verificações. Além disso, o governador explicou que essa Linha exige motorização maior porque é preciso subir uma serra para chegar às regiões de Pirituba, Jaraguá e Francisco Morato.

Normalmente, apenas um vagão em cada trem conta com motorização. Nesta Linha, o primeiro e o quarto vagões são motorizados. O Governo do Estado está investindo cerca de R$ 5 milhões na reforma de cada trem.

A próxima a receber trens reformados será Linha F, que vai do Brás até Calmon Viana, passando pela USP da Zona Leste. A Linha F conta atualmente com 49 trens. Além de reformá-los, o Governo paulista aumentará para 59 o número de trens disponíveis na Linha, que deverá ganhar três novas estações (Jardim Romano, Jardim Helena e USP Zona Leste), que serão construídas pela CPTM. Além disso, está sendo estudada a possibilidade de uma outra estação, a da Penha, ser construída pela iniciativa privada, pelo Programa de Parceria Público-Privada (PPP).

Quase 4 milhões de passageiros utilizam diariamente o transporte sobre trilho em São Paulo, dos quais, 1,3 milhão são transportados pela CPTM, que conta com 270 quilômetros de ferrovia, e mais de 2,6 milhões pelo Metrô, que tem cerca 58,6 quilômetros de trilhos. O Governo do Estado está empreendendo grande esforço para ampliar o Metrô. Em 2006, passará a contar com 62 quilômetros de trilhos, já que serão entregues as estações Chácara Klabin e Imigrantes, na Linha 2 (Ana Rosa-Vila Madalena). Também foram iniciadas as obras da Linha 4 do Metrô (Luz-Vila Sônia), que elevará para 75 quilômetros a extensão dos trilhos. O projeto de expansão do Metrô prevê ainda a ampliação da Linha 2 (Ana Rosa-Imigrantes), com a construção das estações de Ipiranga, Sacomã e Vila Prudente. Na Linha 5 (Capão Redondo-Largo Treze), está prevista a ampliação até a Estação Chácara Klabin.

“Esse é grande caminho de São Paulo. Transporte de alta capacidade e de qualidade. E não transporte individual”, afirmou Alckmin.

O governador destacou que o esforço para ampliação de Metrô e trem em São Paulo está recuperando a indústria ferroviária. Em virtude disso, a Alstom do Brasil, situada no bairro paulistano da Lapa, ganhou duas concorrências internacionais. Os trens para a expansão do Metrô de Nova York, nos Estados Unidos, e de Santiago, no Chile, serão fabricados na Alstom de São Paulo.

Estações reformadas por presos

A Estação Lapa da CPTM, onde o governador encerrou a viagem de trem hoje, também passou por reformas. Ela ganhou sanitários novos e sanitários para portadores de deficiências. Além de pintura, troca de instalação elétrica, revisão da instalação hidráulica e reformulação nas bilheterias. As obras foram executadas por presos que cumprem pena em regime semi-aberto. “Se fôssemos contratar essa obra, ela custaria quase R$ 2 milhões. Estamos fazendo com cerca de R$ 200 mil, um décimo do preço. E os presos trabalham. Para cada três dias de trabalho, o preso tem remissão de um dia de pena”, afirmou Alckmin. Além da redução da pena, os presos que trabalham na remodelação das estações da CPTM recebem um salário mínimo por mês e vale refeição.

Outra novidade da Estação é o sistema de monitoramento com imagens centralizadas no Brás. O novo sistema foi implantado nas 30 estações mais movimentadas, aumentando a agilidade das equipes de segurança e otimizando o trabalho nas estações.

Reformas como essa também foram realizadas na Estação Água Branca e estão em fase de finalização na Estação Ipiranga. As próximas a passarem por remodelagem serão as Estações Mauá e Mogi das Cruzes. “Vamos reformar uma por uma das estações, principalmente as mais antigas”, explicou o secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes.

O governador destacou que essa é uma experiência nova. “E está indo bem”, elogiou. Ele informou que trabalho externo, como a reforma das estações de trem, só pode ser realizado por presos que passaram para o regime semi-aberto. Os presos que cumprem pena em regime fechado trabalham unicamente dentro das penitenciárias. “Temos hoje mais de 50 mil presos trabalhando. Os de regime fechado não podem sair. Geralmente, trabalham nas oficinas dentro da penitenciária. Já os de semi-aberto só dormem na penitenciária. Eles saem cedo, trabalham o dia inteiro e, à noite, voltam para dormir”, explicou.

Atualmente, cerca de 55 mil presos que estão em penitenciárias do Estado trabalham e 20 mil estudam.

Cíntia Cury