Centro de Apoio Pedagógico Especializado capacitará professores e produzirá material para alunos portadores de necessidades especiais
Os professores da rede pública e de entidades que atendem alunos portadores de deficiência no Estado de São Paulo já podem contar com um espaço inédito de capacitação em Educação Especial. Trata-se do Centro de Apoio Pedagógico Especializado (Cape), que oferecerá treinamento e capacitação de professores para o atendimento de alunos portadores de necessidades especiais, além de produzir material didático e pedagógico para esses estudantes. O Cape, localizado no bairro do Brooklin, na Capital, foi inaugurado nesta sexta-feira, dia 9, pelo governador Geraldo Alckmin, que também anunciou quatro outras ações voltadas ao atendimento de alunos portadores de deficiência: a ampliação dos programas de detecção de problemas auditivos (Quem Ouve Bem Aprende Melhor) e visuais (Olhos nos Olhos) em alunos das primeiras séries do Ensino Fundamental, adequação física aos portadores de deficiência de 2,6 mil escolas e aumento dos recursos repassados para entidades conveniadas.
Cape será referência para professores das redes pública e conveniada
Criado para viabilizar a inclusão escolar de alunos com necessidades especiais, o Centro de Apoio Pedagógico Especializado vai formar, preparar e qualificar professores para o atendimento de crianças portadoras de deficiência. Ao todo, o Cape deve atender 3.200 professores. Além disso, vai produzir material didático-pedagógico, como livros em braile. ‘Esse Centro vai servir como referência não só para os professores da rede estadual, mas também para professores da rede conveniada’, explica Alckmin.
No prédio onde está localizado o Cape, funcionava uma Divisão Regional de Ensino. ‘Aqui era uma atividade-meio da Educação. Dentro da reforma do Estado, de gastarmos menos com atividade-meio e investirmos mais com atividade-fim, esse prédio foi convertido, depois de uma reforma, nesse belíssimo centro de atendimento à pessoa portadora de necessidades especiais’, afirmou o governador. Na reforma do prédio foram investidos R$ 2,2 milhões.
Ao todo, estudam na rede estadual e instituições conveniadas do Estado de São Paulo 33 mil portadores de deficiência. Destes, 16 mil são atendidos em entidades conveniadas. Os outros 17 mil são assistidos pela Secretaria em classes regulares de ensino (10,2 mil) e classes de serviço de apoio pedagógico especializado (6,8 mil).
2,6 mil escolas serão adaptadas para alunos portadores de deficiência
Durante a cerimônia, Alckmin também anunciou a ampliação do Programa de Adaptação dos Edifícios Escolares a Portadores de Necessidades Especiais. O Governo paulista investirá, ao todo, R$ 45 milhões em obras físicas para adaptar 2,6 mil escolas do Estado. Entre essas obras, estão a recuperação de passeio para circulação de cadeiras de rodas, rebaixamento de guia, vagas no estacionamento ou junto ao meio fio, corrimãos, sanitários especiais, adequação de bebedouros, entre outras. Atualmente, cerca de 800 escolas estão sendo adaptadas para melhorar e ampliar o atendimento desses alunos.
Alunos com deficiência visual e auditiva receberão óculos e aparelhos
A ampliação das campanhas ‘Olho no Olho’ e ‘Quem Ouve Bem Aprende Melhor’ também foi anunciada pelo governador. Realizadas pelos Ministério da Educação e da Saúde, as campanhas detectam problemas visuais e auditivos em crianças das primeira séries do Ensino Fundamental. Os programas atendiam apenas municípios com mais de 40 mil habitantes. Com a parceria do Governo estadual, os municípios com menos de 40 mil habitantes estão sendo incluídos e São Paulo passa a contar com 509 municípios atendidos pelas campanhas. Além de oferecer atendimento médico, diagnóstico e exames, como o de audiometria, a Secretaria da Educação vai doar aparelhos auditivos e óculos para os alunos que necessitarem.
Entidades assistenciais receberão R$ 2 mil por aluno em 2002
O Governo paulista vai aumentar, em 2002, os recursos repassados para entidades assistenciais que atendem alunos portadores de deficiência. No ano que vem, o Estado vai destinar R$ 34 milhões a entidades como a Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente) e outros parceiros. Isso significa que serão repassados cerca de R$ 2 mil para cada um dos 15.111 alunos atendidos pelas entidades. O dobro do que é investido em alunos atendidos pela rede pública regular. Desse valor, R$ 6 milhões serão aplicados em material didático-pedagógico e de apoio e R$ 28 milhões para os professores.
Os repasses de recurso para as entidades cresceram durante a atual administração. Em 1995, elas recebiam anualmente cerca de R$ 200 por aluno. Nessa época, quase 13 mil alunos eram atendidos pelas instituições. Este ano, as entidades que atendem 16 mil alunos receberam R$ 13 milhões, ou seja, mais de R$ 800 por aluno/ano.
Cíntia Cury
