Alckmin acompanha o início da desativação da favela Nassau em Pirituba

Famílias serão removidas para apartamentos da CDHU

ter, 07/12/2004 - 15h38 | Do Portal do Governo


O governador Geraldo Alckmin acompanhou nesta terça-feira, dia 7, o início da remoção das 348 famílias da favela Nassau, em Pirituba, que vão morar em apartamentos construídos pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), a maioria foi erguido na própria imediações, com o objetivo de que as pessoas mantenham vínculos com a sua região de origem, deixando-as próximas de seus empregos e familiares.

As famílias serão transferidas da seguinte forma: 140 para o Conjunto Jaraguá I; 200 pra o City Jaraguá; 4 para o Jardim São Luiz A 4, no extremo da Zona Sul; e 4 para o Iguatemi D, extremo da Zona Leste. O valor total das unidades foi de R$ 12,8 milhões, sendo que R$ 4,5 milhões foram aplicados nos 140 apartamentos do Jaraguá I. A mudança das primeiras 14 famílias para este conjunto começou hoje. As demais irão parcialmente até o dia 13.

Assim que a favela Nassau estiver totalmente desocupada, todos os barracos serão demolidos pela concessionária Autoban, empresa que gerencia a rodovia Bandeirantes. No local será construído um muro que protege a faixa de domínio da estrada. O restante da área é de propriedade municipal e deverá receber obras de urbanização da Prefeitura.

Ao acionar uma máquina retroescavadeira, Alckmin deu início ao trabalho que derrubou o primeiro barraco. Ele percorreu as ruas da favela, entrou em alguns barracos e constatou de perto as condições sub-humanas em que as pessoas ali moram há 15 anos. Explicou que esta iniciativa faz parte de um programa da CDHU que fez um levantamento das áreas de risco da cidade, e visa retirar a população que mora em lugares inadequados, como embaixo de fios de alta tensão; próximo às rodovias; em regiões onde ocorrem enxurradas, enchentes e desmoronamento.

“As pessoas aqui na favela Nassau viviam numa situação insalubre, com os barracos grudados um no outro, com grande declividade. Quando chove a enxurrada inunda os barracos, contribuindo para o surgimento de ratos e baratas, trazendo doenças”, disse o governador.

Ele observou que a mudança para os apartamentos vai possibilitar que as famílias vivam em um lugar digno, condizente com saúde e tranqüilidade.

Alckmin disse que este é um projeto social que oferece moradia com qualidade para quem não tem, e que visa erradicar as favelas e cortiços. Comparou que, enquanto uma pessoa paga de R$ 100,00 a R$ 80,00 o aluguel de um barraco, para tornar-se proprietário de um apartamento da CDHU, a prestação é de R$ 39,00 para quem ganha um salário mínimo.

Durante os seis primeiros meses, nenhum morador pagará prestações dos imóveis. Após este período, quem tiver renda familiar mensal de um salário mínimo, pagará R$ 39,00 por mês à Companhia. Além disso, todos terão carência de dois meses nas contas de água e luz. A CDHU também fará o trabalho social e de convivência condominial com os moradores.

Por meio do programa de erradicação de favelas, o Governo já beneficiou, de 2003 a 2004, 5.300 famílias na Região Metropolitana de São Paulo que foram transferidas para unidades novas da CDHU; além das sete mil no Interior, que viviam em áreas de risco.
Primeira moradora a receber as chaves de seu apartamento das mãos do governador, a costureira Maria Josefa da Silva, 50 anos, mora há 15 anos na favela Nassau. Apesar de estar emocionada por sair do local, ela estava feliz em poder propiciar uma moradia mais digna para seus quatro filhos e netos. Ela costura em casa e ganha R$ 250,00 por mês. “Esta mudança representa meu presente de Natal”, declarou.

Mais remoções estão programadas para 2005

Mais remoções ocorrerão ao longo de 2005, como informou o presidente da CDHU, Raul do Valle. Uma delas é na favela Tolstói, na Zona Leste, onde vivem 143 famílias. A outra é em Varginha, na Zona Sul, onde estão instalados barracos ao longo das linhas de trens da CPTM, e as pessoas correm o risco de serem atropeladas pelos trens.
Na cidade de Suzano, o Governo vai construir a represa Taiaçupeba, e 400 famílias que vivem em uma área e serão afetadas pela obra, serão removidas pela CDHU e pelo DAEE.

Permuta com a prefeitura

Um dos empreendimentos para o qual as famílias da favela Nassau, em Pirituba, serão transferidas foi construído pela Prefeitura de São Paulo. As famílias serão atendidas por causa de uma permuta de demanda realizada com o município. A parceria previa que a CDHU iria atender famílias da Favela Jardim Primavera, Zona Leste da Capital, que estavam assentadas em faixa de obra do Córrego Taboão. Ao todo, 200 famílias foram transferidas para o empreendimento Iguatemi D, construído pela CDHU.

Em contrapartida, a Prefeitura de São Paulo disponibilizou 200 moradias do empreendimento City Jaraguá para atender famílias que viessem a ser definidas pela companhia. O atendimento será feito agora para 200 moradores da Favela Nassau.

Valéria Cintra