Agronegócios: Vendas de fertilizantes registram crescimento em 2003

Setor bateu recorde com 19,11 milhões de toneladas em 2002

qui, 29/05/2003 - 18h23 | Do Portal do Governo

A previsão inicial do setor de fertilizantes é de que o consumo brasileiro em 2003 cresça 10% em relação ao ano anterior, para cerca de 21 milhões de toneladas. Esta previsão tem como base as projeções favoráveis de aumento da área cultivada e da produtividade agrícola, assim como de ampliação do consumo interno de produtos agrícolas.

As entregas de fertilizantes ao consumidor final no Brasil, em 2002, somaram a quantidade recorde de 19,11 milhões de toneladas, em comparação com 17,07 milhões de toneladas em 2001 (aumento de 12,0%).

Os principais fatores que contribuíram para esse desempenho foram:

a) melhora nas relações de troca de diversas culturas como milho, soja, laranja, trigo, arroz e feijão;

b) antecipação das compras de fertilizantes por parte dos produtores, principalmente de soja, em função de preços estimulantes no mercado internacional e da valorização do dólar;

c) maior utilização de tecnologia na agricultura; e d) aumento na área cultivada de diversas culturas.

O levantamento de abril de 2003, da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB)1, estima que a área cultivada no Brasil cresceu 6,1% na safra 2002/2003, em relação à da safra anterior. No caso específico da soja, principal cultura consumidora de fertilizantes, a área plantada foi de 18,08 milhões de hectares na safra 2002/03 (acréscimo de 10,8% em relação à safra 2001/02), com aumento de 8,4% na produtividade.

A comercialização de fertilizantes em 2002 seguiu o padrão sazonal, com a concentração das vendas no segundo semestre, simultaneamente ao plantio das culturas de verão, que receberam 63,1 % do total entregue.

Na quantidade total de fertilizantes entregues no País em 2002, a participação das formulações (em tonelada) foi de 77,2% e a dos fertilizantes simples, de 22,8%. Os formulados são comercializados em três formas: granulado, pó e mistura granulada.

No primeiro trimestre de 2003, as entregas de fertilizantes no País totalizaram 3,67 milhões de toneladas (acréscimo de 30,5% em relação a igual período do ano anterior). O acréscimo nas vendas ocorreu na maioria dos Estados brasileiros. O Estado de São Paulo foi o que absorveu maior quantidade nas entregas (representando 19,6% do total), seguido do Paraná (16,8%), de Minas Gerais (14,1 %) e do Mato Grosso (12,8%).

Segundo fontes do setor, estima-se que as vendas em abril também apresentaram um bom desempenho. Esse quadro no mercado de fertilizantes pode em parte ser explicado pela boa comercialização registrada nas culturas de milho safrinha, trigo e café e pela antecipação de compras para o plantio da safra 2003/04, especialmente da cultura da soja.

A Conab estima acréscimo de 10,7% na área do milho safrinha na safra 2002/03, em relação à safra anterior, e aumento de 32,5% na produtividade, em função do maior emprego de tecnologia e das condições climáticas vigentes no plantio e no período de desenvolvimento da cultura. Também, para o trigo, prevê-se incremento de 12,4% na área em 2003 e acréscimo da produtividade, tendo em vista os preços recebidos pelos produtores, com melhora nas relações de troca, que deverão estimular o maior uso de insumos agrícolas pelos triticultores.

No primeiro trimestre de 2003, observou-se incremento nas entregas de fertilizantes ao consumidor final nas regiões centro (32,6%), sul (32,7%), nordeste (10,7%) e norte (57,9%), de acordo com o critério de regionalização do SIACESP no Estado de São Paulo.

A produção da indústria nacional de produtos intermediários para fertilizantes aumentou 2,6% no período de janeiro a março de 2003, em relação ao mesmo período do ano anterior, quando foi produzido 1,78 milhão de toneladas. Também cresceram, no referido período, as importações brasileiras de fertilizantes (76,6%). O cloreto de potássio foi o principal produto importado, respondendo por 34,2 % do total, seguido do sulfato de amônio (22,5%), uréia (20,2%) e fosfato mono-amônio-MAP (9,2%).

Instituto de Economia Agrícola – IEA, da Secretaria estadual da Agricultura
C.A