Agronegócios: IAC realiza IV Curso de Atualização em Café

Características das regiões produtoras e destinação dos resíduos da produção de café estão entre os temas das palestras

sex, 20/08/2004 - 15h51 | Do Portal do Governo

O agronegócio café receberá informações que podem contribuir para aquecer esse setor. A oportunidade de acesso a conhecimentos — que são verdadeiras ferramentas para incrementar a produtividade agrícola — estará no IV Curso de Atualização em Café, que o Instituto Agronômico (IAC) irá realizar de 24 a 26 de agosto de 2004, em Campinas.

O grande enfoque do evento será as características dos sistemas produtivos de algumas das principais regiões cafeicultoras do Brasil, como Minas Gerais, São Paulo e Paraná. O público conhecerá como anda a atividade em outras localidades, as perspectivas existentes, como está a renda do agricultor e outras questões freqüentes no universo da cafeicultura.

De acordo com o coordenador do evento do IAC, engenheiro agrônomo Roberto Antonio Thomaziello, a cafeicultura se apresenta de modos diferentes, dependendo da região. Há localidades em que a atividade tem caráter empresarial ou, em outras, é conduzida de acordo com a tradição familiar. As diversas formas de trabalho levam a resultados variados e é isso que os palestrantes irão mostrar a respeito da cafeicultura do Oeste Paulista, Paraná, Mogiana Paulista, Sul de Minas Gerais, Cerrado Mineiro e da cafeicultura de Montanha.

Os palestrantes farão abordagens diferentes e, de maneira geral, serão apontados números de produtores e propriedades envolvidas na atividade, manejo de lavouras, controle de pragas e doenças, sistemas de plantio, mecanização e colheita. Dessa forma, o público terá um retrato da cafeicultura nas principais regiões, podendo analisar quais procedimentos resultam em bom desempenho no campo e no mercado.

O interesse pela irrigação em café cresceu muito nos últimos quatro anos, segundo Thomaziello. Por isso, uma das palestras será sobre sistemas de irrigação para pequenas propriedades. “A grande maioria é de pequenos e médios produtores, eles têm interesse em irrigar o café e querem saber qual o tipo de irrigação é adequado”, afirma o pesquisador. Os últimos avanços em secagem de café serão outro tema de palestra.

A adoção de tecnologias agronômicas está por trás da elevação do volume de colheita ocorrida na produção paulista nos últimos anos, na avaliação do pesquisador do Instituto de Economia Agrícola (IEA), Celso Luis Rodrigues Vegro. Segundo ele, na década de 90, a produção em São Paulo chegava a 3,5 milhões de sacas por ano e, hoje, esse número está em 4,5 milhões. Para o pesquisador, isso revela o empenho dos cafeicultores e a incorporação de tecnologias agronômicas ao sistema, já que não houve aumento da área cultivada.

Essas tecnologias que têm auxiliado o cafeicultor resultam de conhecimentos como os gerados no IAC — variedades de café, tratos fitossanitários, técnicas de manejo e colheita. Com o objetivo de atualizar as informações sobre essa cultura e transmiti-las aos integrantes da cadeia produtiva é que o IAC, órgão da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, realiza esse evento.

Resíduos tiram o sono do setor

O que fazer com os resíduos gerados na produção do café? Essa tem sido uma preocupação dos profissionais. Assim como em outras áreas do setor produtivo, o destino dos resíduos vem tirando o sono daqueles que trabalham no agronegócio café. Dos processos de lavagem, despolpamento e descascamento de grãos resta água e a questão é o que fazer com ela, que não pode ser lançada nos rios, sob pena de poluir o sistema e causar morte de peixes. Segundo Thomaziello, a grande maioria das propriedades ainda está iniciando processos de reciclagem dessa água.

Muitas são as dúvidas: vale reciclar e reutilizar a água nos processos seguintes? Ou seria melhor tratá-la e jogá-la no rio? Frente a tantas questões e à importância do assunto para a viabilização da agricultura sustentável, a palestra sobre tratamento e destinação dos resíduos gerados no café será um ponto alto do evento. E falando em preservação ambiental, a produção orgânica é um nicho de mercado que tem atraído a atenção do mercado e da sociedade. Por isso, informações sobre a tecnologia para esse tipo de cultivo também serão apresentadas ao público do IV Curso de Atualização em Café.