Agronegócios: Desempenho paulista favorece emprego no campo

Médias anuais mostram boa recuperação do emprego assalariado, com crescimento de 23,1%, em 2002, em relação a 2001

ter, 02/09/2003 - 13h40 | Do Portal do Governo

O Estado de São Paulo, principal produtor agrícola do País, responde por 15,6% do valor da produção agrícola nacional em 2001.

É, portanto, relevante acompanhar a evolução do mercado de trabalho no rural paulista com o intuito de proporcionar elementos de decisão para a implantação de projetos e programas para o desenvolvimento setorial.

As atividades agrícolas e não-agrícolas no Estado ocuparam 1.299.458 e 1.346.661 pessoas em 2001 e 2002, respectivamente (média dos valores obtidos em junho e em novembro). As estimativas apresentadas mostraram, portanto, recuperação da ocupação rural em 2002, em relação a 2001, com taxa de crescimento de 3,6%. Do total ocupado, as atividades agrícolas participaram com 90%.

A recuperação do nível de ocupação nas atividades rurais certamente foi influenciada pelos indicadores positivos da agricultura, pois o valor final da produção da agropecuária do Estado em 2002 atingiu R$ 20,93 bilhões, com crescimento nominal de 20,64% em relação ao ano de 2001.

Em termos reais (preços deflacionados pelo IPCA médio de 2002), o crescimento foi de 11,24%3. O comportamento favorável de importantes culturas empregadoras de mão-de-obra, tais como a cana-de-açúcar, a laranja e com maior destaque o café, constituiu fator preponderante para o crescimento da ocupação e do emprego agrícola na safra 2002.

As médias anuais por categoria mostram boa recuperação do emprego assalariado, com crescimento de 23,1%, em 2002, em relação a 2001. A seguir, aparecem parceiros e arrendatários, com aumento na ocupação de 10,3% e de 7,3%, respectivamente. Proprietários e familiares apresentaram menor percentual de crescimento, ou seja, 2,3%. A ocupação da mão-de-obra residente apresenta diferenças nos meses de junho e de novembro, pois proprietários, parceiros, arrendatários e seus familiares são mais requisitados em junho, época de colheita de café

Os indicadores de ocupação de trabalhadores não-residentes (médias anuais) foram positivos para todas as categorias em 2002, com maior destaque para parceiros (26,7%), volantes (19,6%) e arrendatários (10,8%). Proprietários e familiares apresentaram menor percentual de crescimento (5,7%). A exceção foram os assalariados, com decréscimo de 22,0%.

Na análise da evolução da agricultura paulista entre as safras 2001/02 e 2002/03,
verificou-se que os índices agregados para o conjunto de culturas mostraram estabilidade de produção, acréscimo de área (4,17%) e queda na produtividade da terra (2,48%), de acordo com as informações do 5o levantamento de campo realizado em junho de 20034. Observaram-se acréscimos de área e de produção para algodão (10,6% e 17,0%, respectivamente), milho (1,9% e 10,3%) e soja (8,7% e 5,5%). Para o arroz, foram registradas retrações de área e de produção (7,1% e 1,5%), porém com produtividade maior que a obtida na safra passada (6,0%).

Maria Carlota Meloni Vicente e Vera Lucia Ferraz dos Santos Francisco
do Instituto de Economia Agrícola