Uma variedade forrageira de cana – IAC86-2480 – que tem teor de fibra mais baixo, contribui para o gado consumir mais e ganhar 18% a mais de peso que o alcançado com outras variedades. A novidade será lançada
comercialmente em breve pelo Instituto Agronômico (IAC-APTA) e estará na Agrishow 2002, que começa nesta segunda-feira, dia 29, em Ribeirão Preto.
‘Criamos um material que apresenta condição mais favorável para a alimentação animal’, avalia o pesquisador responsável e diretor do Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio de Cana do IAC, Marcos Guimarães Landell.
A avaliação de digestibilidade e conversão alimentar demonstrou que a IAC86- 2480 é 18% mais eficiente, quando comparada ao padrão RB72454 (esta é a variedade de maior área de cultivo no mundo e provavelmente a mais utilizada como forrageira no Brasil.)
Além de ganho em peso do animal, o uso dessa variedade IAC resulta em menor volume de alimentação manejado no dia-a-dia da propriedade rural e, portanto, menor custo com mão-de-obra.
A nova variedade apresenta capacidade de brotação excelente, inclusive no período de seca, porte ereto, altura média-baixa e diâmetro médio. Em razão do porte ereto e da despalha espontânea, aumenta a eficiência do manual em até 30%. Esse despalhamento agrega mais um valor porque reduz uma etapa de trabalho. A mecanização também tem ganhos, já que a uniformidade possibilita maior rendimento para a máquina e por isso é uma característica bastante apreciada.
‘A IAC86-2480 é o primeiro grande salto no universo da cana’, considera Landell, já que os estudos continuam com cerca de dois mil materiais em avaliação.
A pesquisa com essa variedade forrageira começou em 1986. Em 1998, foi montada uma rede de 17 ensaios de competição em usinas de São Paulo, Minas Gerais e Goiás. Nesses ensaios, reúnem-se novos genótipos que se pretende caracterizar e avaliar, comparando-os com cultivares comerciais existentes, para verificar as vantagens.
Segundo Landell, apesar de o Brasil ter a canavicultura mais eficiente do mundo, as lavouras de cana destinadas ao uso forrageiro são de baixa produtividade, o que torna a atividade pecuária mais onerosa. Por tal razão, essa nova conquista do IAC é muito importante para o agronegócio.
Maior cultura em extensão no Estado, com três milhões de hectares, a cana tem sido muito importante para a alimentação do gado, por estar em condição de colheita no período que coincide com a falta de pastos.
A nova variedade será testada pelo Instituto de Zootecnia (IZ-APTA) e haverá então a união entre os institutos de pesquisa para levar maior tecnologia aos produtores, conforme a proposta da Secretaria de Agricultura e Abastecimento.
Carla Gomes – Da Assessoria de Comunicação e Imprensa do IAC
