Uma nova variedade de algodão, a IAC 24, criada pelo Instituto Agronômico (IAC-APTA) da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Governo do Estado, será apresentada na Agrishow 2002, em Ribeirão Preto. Adaptada a todas as regiões algodoeiras paulistas, a IAC 24 se destaca por responder à baixa tecnologia e também a condições desfavoráveis de cultivo, como solos menos férteis. Com essas características, é adequada não só a pequenos produtores como a lavouras altamente tecnificadas.
A nova cultivar é também a primeira produzida pelo IAC que tem 41% de fibra. Isso irá influenciar na cadeia produtiva ao facilitar a etapa entre a produção e o beneficiamento (processo mecânico de separação de fibra e caroço). A razão é que o beneficiador, geralmente, recusa a variedade que tenha porcentual de fibra em torno de 38% e 39%, ainda que a fibra tenha boas características.
Além disso, a nova cultivar tem maior produtividade, atingindo 2.670 kg/hectare, o que representa 1.090 quilos de fibras. Há um rendimento de fibras – 13,5% superior a IAC 22 -, e 4,3% mais em algodão em caroço. A IAC 24 tem também a vantagem de não ser muito exigente em nutrientes e produzir bem com adubações normalmente recomendadas para a cultura.
Com resistência múltipla aos patógenos mais destrutivos que afetam o algodoeiro, especialmente a ramulose – principal doença -, a nova cultivar apresenta produção mais estável. Tem ainda resistência moderada ou tolerância a doenças secundárias como Ramularia, Stemphylium e Alternaria.
A pesquisa dessa variedade teve início em 1995 e se estendeu com estudos até 2001. Em 1999 e 2000, foram realizados ensaios regionais de variedades em 24 locais da região Centro-Sul do Brasil, sendo 19 deles em São Paulo. Em 2000/2001, foi feito estudo pelo segundo ano no ensaio regional de variedades e desta vez, dos 24 locais, 20 eram em nosso Estado. Com isso, verificou-se que a cultivar é adaptada a todas as regiões aptas ao cultivo do algodeiro no Estado de São Paulo, em altitude de 300 m a 700 m, e em latitudes de 20º a 23º30′. A IAC 24 tem estatura alta, ciclo até a colheita de 155 a 170 dias (relativamente tardia) e precocidade de maturação de 85 a 90 dias.
Com essa nova variedade de algodão, espera-se um aumento na área de cultivo, que em São Paulo chega a 60 mil hectares. A renda do produtor também deverá crescer, já que ele terá mais uma alternativa com essa cultivar que responde a qualquer nível tecnológico. É com esse perfil que a IAC 24 deverá atrair produtores, aumentar os campos de algodão e incrementar a cadeia produtiva.
Carla Gomes – Da Assessoria de Comunicação e Imprensa do IAC
