Agrishow 2003: IAC apresenta duas variedades de girassol no evento

Vantagem do girassol IAC, em relação aos híbridos, está no preço mais baixo e na possibilidade de uso das sementes por até dois ciclos de produção

sáb, 03/05/2003 - 14h59 | Do Portal do Governo

Da Assessoria de Imprensa do Instituto Agronômico


O cultivo de girassol também está nas pesquisas do Instituto Agronômico, que está apresentando na Agrishow 2003 – Feira Internacional de Tecnologia Agrícola, em Ribeirão Preto, duas variedades da planta. A variedade Uruguai, que tem todo seu potencial explorado se plantada na safrinha, e a IAC-Iarama que deve ser plantada na safra, pois em outras épocas a produção não corresponde aos padrões.

A variedade IAC-Uruguai — excelente para silagem — também pode ser utilizada para a produção de grãos para pássaros e para adubação verde. É de ciclo semi-tardio, porte alto, sementes rajadas com cerca de 34% a 38% de óleo. Na safrinha pode render de 10t a 12 t/ha de matéria seca. As pesquisas com essa variedade tiveram início em 1980 no IAC.

Para áreas de reforma de canavial, na safra, a boa opção é a variedade IAC-Iarama, que será lançada ainda este ano. Em razão da precocidade, a Iarama é a mais utilizada na reforma de canaviais, pois as doenças do girassol atacam no início do plantio, em outubro, e a IAC-Iarama pode ser plantada em novembro, após o período do ataque das pragas. Sua precocidade ainda viabiliza sua colheita sem atrapalhar a preparação do solo para o plantio da cana. As outras variedades destinadas à renovação de canaviais, por terem ciclos mais longos, geralmente são atacadas por doenças no inicio do plantio, em outubro.

A IAC-Iarama, pesquisada desde 1990, possui semente escura, com cerca de 44% de óleo, porte baixo e ciclo curto. Rendimento médio de grãos de 2.400 kg/ha e boa uniformidade, o que facilita a colheita mecanizada. A utilização da variedade Iarama é exclusiva para a produção de óleo. A semente possui cerca de 44% de óleo. Apesar da quantidade média de óleo em outras sementes de girassol ser próxima a esse valor, a variedade IAC se destaca por produzir quantidade um pouco maior de óleo, porém em menor tempo, de acordo com a pesquisadora do IAC Maria Regina Gonçalves Úngaro.

A grande vantagem das variedades IAC, em relação aos híbridos, está no preço mais baixo e na possibilidade de uso das sementes produzidas pelo próprio agricultor por até dois ciclos, desde que não tenham ocorrido problemas graves com doenças, o que é raro.

As pesquisas no IAC tiveram início em 1942. Atualmente elas envolvem o desenvolvimento de novos cultivares, avaliações fitotécnicas e fitopatogênicas, estudos de fisiologia, máquinas agrícolas e, mais recentemente, a utilização do biocombustível de girassol em motores agrícolas.

O girassol é uma das quatro culturas oleaginosas do mundo. Além do óleo para consumo humano e medicinal, também pode fornecer alimentação para animais, como os grãos para pássaros e aves, tortas para compor rações em geral, silagem e forragem para gado, caprinos e ovinos, além de ser excelente produtor de mel e bom adubo verde.

Introduzido no Brasil pelos imigrantes europeus devido ao hábito do consumo de suas sementes tostadas, o girassol pode ser cultivado em grande parte do território brasileiro, com exceção para a faixa litorânea e a região amazônica devido ao excesso de umidade. Goiás é o grande produtor de grãos para óleo e para pássaros. São Paulo produz para silagem, pássaros, óleo comestível e medicinal, principalmente.

(LRK)