O Instituto Agronômico realiza hoje, dia 3, em Campinas, o II Simpósio de Óleos Essenciais. O objetivo do evento é discutir perspectivas de pesquisa, produção e comercialização dos produtos. O encontro reúne especialistas, pesquisadores e autoridades do setor. O secretário-adjunto, Alberto José Macedo Filho, representa o secretário de Agricultura e Abastecimento, Duarte Nogueira.
O Instituto Agronômico, órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do estado de São Paulo, é responsável por grande parte das pesquisas no assunto. As pesquisas com plantas aromáticas no IAC tiverem início em 1942. Em 1958 foi construída, pelo IAC, uma unidade laboratorial dotada de um destilador para extração de óleos essenciais. Os estudos enfatizavam os aspectos agronômicos, introdução de plantas, melhoramento genético, seleção e criação de cultivares produtivos e mais resistentes a pragas e doenças. Além de estudos de extração, tempo de destilação, fluxo de vapor, entre outros.
Dos estudos desenvolvidos destacam-se como realizações maiores a obtenção de plantas melhoradas: Eucalipto (Eucaliptus citriodora) : 40 progênies com rendimento de óleo de 2 a 2,5% (as não selecionadas tem 1 a 1,5%), menta (Mentha arvensis): Variedade IAC-701; IAC-703, imune à ferrugem, rica em mentol e mentofurano.
A produção de óleo de menta constituiu uma importante fonte de riquezas, em especial após a criação da variedade IAC-701, pelo pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas Engº Agrº Abelardo Rodrigues Lima. Brasil chegou a ocupar a liderança mundial de produção de mentol e óleo desmentolado, atendendo 80% do mercado consumidor internacional, com plantio de 60 mil hectares que em 1971/72 produziu 4000 toneladas de óleo essencial com renda de aproximadamente 25 milhões de dólares.
Mercado – Brasil é o maior produtor de óleo essencial de laranja atualmente, subproduto da indústria do suco, lidera as exportações, uma vez que o país produziu cerca de 20 mil toneladas de suco na safra 2001/02. Eucalipto, limão e citronela também figuram em boa parte das exportações brasileiras de óleos essenciais.
Enquanto o óleo essencial de laranja é um subproduto da indústria de suco, o óleo essencial de limão é o principal produto de sua cadeia (a variedade limão siciliano é a mais utilizada para extração do óleo essencial, sendo também empregado o tahiti). Brasil é o maior produtor mundial de óleo essencial de laranja e o quinto em óleo essencial de limão, sendo este é mais valorizado. Os óleos essenciais de citros são amplamente utilizados em perfumaria e na indústria alimentícia como aromatizante de bolos, refrigerantes, sorvetes, balas.
De acordo com informações da Indústria Brasileira de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), a demanda nacional e internacional mostra que esse é um mercado promissor e a produção apresentou um crescimento de 25% nos últimos cinco anos.
Para o ano de 2003, a previsão de crescimento é de 15% em relação ao ano anterior. Tais resultados refletem diretamente em empregos. Em comparação aos demais setores da indústria, segundo a Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP), os empregos no setor aumentaram cerca de 10% nos últimos anos, enquanto que em outros segmentos analisados houve queda de 20%.
Data: De 3 a 5 de novembro de 2003
Local: Instituto Agronômico (IAC) – Auditório – ‘Otávio Tisselli Filho’
Endereço: Av. Barão de Itapura, 1481. Bairro Guanabara – Campinas – SP
Da Agricultura
M.J.
