Agricultura: Secretaria afasta possibilidade de gripe aviária no Estado

Amostra de ave morta no município de Marília já foi encaminhada para laboratório em Campinas

sex, 04/11/2005 - 14h17 | Do Portal do Governo

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, através de médicos veterinários da Coordenadoria de Defesa Agropecuária, após terem sido comunicados, na data de 02 de novembro, às 16 horas, da ocorrência do óbito de um galo em uma chácara na região periurbana do município de Marília, imediatamente foi ao local e constatou a presença de 30 aves vivas, entre galinhas caipiras, patos e perus, as quais não apresentavam sinais clínicos de enfermidades infecciosas e parasitárias.

Pelo levantamento de informações pode-se concluir não existir evidências epidemiológicas de doenças aviárias que causam alta mortalidade, compatível com indicadores de saúde de Doença de Newcastle e Influenza Aviária. “Enfermidades comuns a criatórios não tecnificados, denominados de fundo-de-quintal, como doenças bacterianas – tifo aviário (salmonela), colibacilose e botulismo são freqüentes nesses tipos de exploração”, afirma Fernando Buchala, coordenador do programa de sanidade avícola da Secretaria, que descarta qualquer possibilidade de gripe aviária no estado. Segundo ele, caso fosse, as outras aves em contato já estariam mortas. “Por excesso de zelo, solicitamos as análises dos materiais”.

Nesta quinta-feira, dia 3, amostras de vísceras, excreções e secreções da ave morta e soro sangüíneo das aves vivas, que continuam sem sinais clínicos de enfermidades, estão sendo encaminhadas para o LANAGRO/Campinas, laboratório do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, para diagnóstico de doenças aviárias.

A previsão dos resultados conclusivos para este caso é de até 21 dias, este é o tempo necessário máximo para finalização das provas de isolamento e identificação.

Ações do Governo de SP

O Governador Geraldo Alckmin anunciou no último dia 25 de outubro um conjunto de ações preventivas para evitar que a gripe aviária chegue ao Estado, bem como para conter uma eventual pandemia de gripe. No encontro foi assinado decreto criando o Plano de Contingência do Estado de São Paulo, envolvendo os secretários estaduais Duarte Nogueira (Agricultura e Abastecimento) e Luiz Roberto Barradas Barata (Saúde), e diretores de institutos de pesquisas.

De imediato, além de já ter colocado toda a vigilância epidemiológica estadual em alerta, será deflagrado um esquema de capacitação e orientação dos profissionais de saúde dos 645 municípios paulistas, que deverá ser concluído até o final deste ano. Também aumento do número de Unidades Sentinela, que são as responsáveis pela identificação e comunicação de novos tipos de gripe em circulação à Organização Mundial de Saúde (OMS). Atualmente, dois hospitais na capital funcionam como “sentinelas da gripe”: o Hospital Infantil Menino Jesus e o Hospital Municipal José Storopoli. Até o final do ano, serão entregues mais duas unidades, um no Hospital das Clinicas de Ribeirão Preto e outro da Universidade Federal de São Paulo.

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento através de um convênio com a Associação Paulista de Avicultura realiza cadastramento e monitoramento de granjas paulistas com vigilância ativa para salmonela, microplasma e newcastle (já erradicada do estado). No caso da influenza aviária, além do atendimento a suspeita, é realizado um monitoramento sanitário para as empresas de exportação de animais e ovos férteis. O estado de São Paulo possui 4.446 granjas com 172.146.438 aves. O cadastro das granjas foi concluído e todas estão geo-referenciadas, o que possibilita maior capacidade de visualização e distribuição do plantel avícola paulista.