Será instalada nesta quarta-feira, dia 30, a Câmara Setorial Especial de Biocombustíveis, que terá a finalidade de consolidar as propostas de projetos estratégicos para o álcool combustível e o biodiesel. A solenidade será às 10 horas, no Salão Nobre da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, na avenida Miguel Stéfano, 3.900.
A câmara foi criada por meio de resolução do secretário de Agricultura e Abastecimento, Duarte Nogueira, no início deste ano. Será formada por representantes de todos os elos da cadeia de produção dos biocombustíveis. Seu presidente é o professor Miguel Dabdoub do Ladetel (Laboratório de Desenvolvimento de Tecnologias Limpas), do Departamento de Química da USP de Ribeirão Preto.
Esta é a 26ª Câmara Setorial criada em São Paulo. A Secretaria de Agricultura e Abastecimento reorganizou a formação das câmaras setoriais em 1997 e estão criadas, além da Câmara Especial de Biocombustíveis: agricultura ecológica, algodão, aves, batata, borracha natural, café, carne bovina, carne suína, flores e plantas ornamentais, frutas, hortaliças, cebola e alho, lazer e turismo regional, leite e derivados, mandioca, milho, trigo, produtos florestais, açúcar e álcool, arroz, citros, feijão, ovos, pescados e produtos apícolas.
Álcool e biodiesel
O biodiesel já é produzido e utilizado em larga escala em países da Europa e Estados Unidos. Nada mais é do que a mistura de um álcool com um óleo vegetal (soja, girassol, milho, algodão, canola ou gordura animal). Dessa reação resultam o biodiesel, a glicerina e o farelo de oleaginosa, que pode ser usado na alimentação animal. Esse combustível pode ser utilizado puro ou em misturas que podem variar de 5% a 30% no diesel mineral.
A equipe do professor Miguel Dabdoub dominou e patenteou um processo de produção de biodiesel, utilizando o álcool de cana. Nos outros países, o álcool utilizado é o metanol, proveniente do petróleo e altamente tóxico.
O álcool de cana é o grande diferencial do biodiesel brasileiro por vários fatores. O Brasil é o maior produtor mundial de álcool combustível. Em 2003, a produção de álcool atingiu 14,25 bilhões de litros, sendo que São Paulo foi responsável por 61% da produção ou 8,74 bilhões de litros.
“Os países estão de olho no Brasil por conta do Protocolo de Kyoto, que tornou obrigatória a redução das emissões de gases causadores do efeito estufa. Países que reduzam a emissão ou retirem esses gases da atmosfera podem vender cotas de carbono a outros que necessitem se enquadrar ao protocolo. É uma grande oportunidade para o Brasil”, afirma o secretário Duarte Nogueira, sobre a importância do trabalho da câmara de biocombustíveis.
Da Assessoria de Imprensa da Secretaria da Agricultura
(AM)
