A produção paulista de grãos deve aumentar 4,23%, para 7,683 milhões de toneladas, na safra 2003/04, de acordo com levantamento realizado em junho pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta), em parceria com a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), órgãos da Secretaria de Agricultura e Abastecimento. A estimativa anterior apontava 7,3 milhões de toneladas. Com este resultado, a safra de grãos de São Paulo deve aumentar, contrariando até mesmo as expectativas nacionais, onde se prevê uma produção 3% menor em relação a 2003, devendo alcançar 119,4 milhões de toneladas, segundo previsão da Conab em junho.
O levantamento do IEA também aponta crescimento na produção de cana-de-açúcar, o principal produto agrícola do estado, com uma área plantada que deve ficar em 3,389 milhões de hectares, 2,3% maior que do ano passado (3,312 milhões de hectares). “ Nossa produção, representando cerca de 61% da cana colhida no país, também aumenta em 3,6%”, explica o secretário de Agricultura e Abastecimento, Duarte Nogueira. Já a laranja, o segundo produto no ranking paulista, deve ter o melhor desempenho desde a safra de 1993/94. O café, outra cultura perene, continua no mesmo patamar de crescimento da estimativa anterior, alcançando 4,2 milhões de sacas beneficiadas.
Entre os grãos, mais uma vez, o grande destaque é a soja, cujo aumento de 10,06% na primeira safra (verão ou seca) deve chegar a 1,803 milhão de toneladas, favorecido, sobretudo pelo acréscimo de 23,25% na área plantada, para 759,68 mil hectares. Com a segunda safra (inverno), estimada em 51,03 mil toneladas, o total produzido atinge 1,854 milhão de toneladas.
“O grão, principalmente a chamada soja safrinha, deve ter um aumento de 68,1% na produção, de 51 mil toneladas, contra 30,4 mil toneladas no ano passado. A área plantada registra crescimento de 69,1%, com 20 mil hectares. Em 2003, tínhamos somente 11,94 mil hectares, principalmente nas regiões de Itapeva, Itapetininga e Avaré. Percebe-se que ela vem ocupando outras áreas que tradicionalmente eram de outros grãos cultivados no período da seca”, afirma o secretário.
Já a safra de verão de milho caiu 2,5%, para 3,364 milhões de toneladas, basicamente por causa da redução de 3,57% na área, para 728,26 mil hectares. A safra de inverno do grão, de 1,184 milhão de toneladas, na prática deve repetir a anterior, o que resulta na oferta total de 4,548 milhões de toneladas (menos 1,78%). Segundo o diretor do IEA, Nelson Batista Martin, a produção estadual deverá atender 68% da demanda pelo grão em São Paulo.
A produção total de feijão deve chegar a 310,72 mil toneladas por causa do aumento na primeira safra (17,66%), para 118,79 mil toneladas, e da terceira safra (3,05%), para 117,38 mil toneladas.
O algodão, a exemplo do que acontece no restante do país, também aumenta a sua área de produção, com uma ampliação em 28,2% em relação ao ano passado. “Chegamos à marca de 87,29 mil hectares, com produção prevista de 216,19 mil toneladas de algodão em caroço ou 82,15 mil toneladas de pluma, diminuindo a nossa dependência, já que São Paulo consome 238 mil toneladas de algodão em pluma por ano”, afirma Martin.
A safra de amendoim é estimada em 187 mil toneladas (mais 23,98%), devido ao desempenho da produção das águas que atingiu 150,10 mil toneladas (acréscimo de 28,4%). Já a colheita de sorgo granífero deve atingir 322,6 mil toneladas (aumento de 53%). A produção paulista de arroz foi de 106,12 mil toneladas (aumento de 4%).
Culturas perenes e emi-perenes – Entre estas, a safra agrícola de laranja, com final previsto para setembro, poderá aumentar 10,3%, para 360,7 milhões de caixas (de 40,8 quilos). É o melhor desempenho desde a safra de 1993/94, devido ao acréscimo de 10,1% no rendimento por causa das condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento vegetativo dos pomares, uma vez que a área plantada praticamente ficou estável em 669,97 mil hectares.
A previsão da safra paulista de cana-de-açúcar, que deverá encerrar-se em novembro, indica aumento de 3,6% na produção, para 236,6 milhões de toneladas, e de 2,3% na área, para 3,389 milhões de hectares. A produtividade manteve-se estável, afetada pelo excesso de chuvas no período crítico da cultura.
Para a safra de café, o levantamento indica aumento de 46,5% na produção, para 4,2 milhões de sacas beneficiadas, basicamente em consequência do acréscimo de 51% no rendimento, em função da bianualidade da cultura e das boas condições climáticas no ciclo de produção.
Da Assessoria de Imprensa da Secretaria da Agricultura
M.J.
