Agricultura: Safra das águas paulista aponta redução de 4,6%

Maior queda é na área do algodão, cerca de 34%

qui, 10/11/2005 - 14h07 | Do Portal do Governo

Levantamento realizado em campo durante setembro pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA) e a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), órgãos da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, prevê uma redução da ordem de 4,6% (de 1,86 para 1,77 milhão de hectares) na área plantada com sete culturas (algodão, amendoim, feijão, batata, arroz, milho e soja) na safra das águas. A área de cana-de-açúcar, principal atividade da agricultura paulista, aponta um aumento de 8% alcançando a marca de 3,7 milhões de hectares.

“Para a safra de verão 2005/2006, a queda de plantio de algodão, com diminuição de área de 109,89 mil hectares na safra passada para 72,11 mil, é expressiva e aponta que a produção não deve atingir os sucessivos volumes que o Estado de São Paulo vinha alcançando nas duas últimas safras”, afirma o secretário de agricultura, Duarte Nogueira. Ele lembra que no ano passado, a produção ficou em 215 mil toneladas de algodão em caroço, com estabilidade em relação a 2003/2004.

Já o feijão das águas deverá ocupar 19,3% a mais de área em 2005/2006 com a volta da expansão de cultivo em quase todos os municípios das principais regiões produtoras – o sudoeste paulista. Nas últimas safras, o feijão havia cedido espaço para a soja, para a qual nesta primeira intenção de plantio se prevê redução de 11,2% de área plantada, baixando de 815,91 mil hectares para 724,93 mil. Os números de intenção de plantio confirmam, com pequenas variações, o Prognóstico 2005/2006 do IEA, apresentado no início de outubro.

Para o milho, outro importante grão para o agronegócio paulista, a estimativa é de que ocorra aumento de 4,8% na área a ser ocupada, chegando a 795,74 mil hectares. “O milho da safra de verão vinha cedendo espaço para a soja, mas agora com perspectiva de melhor receita para o produtor e em parte devido a sua proximidade com o mercado consumidor, pois os avicultores e suinocultores paulistas são os maiores compradores de milho”, explica Antonio Ambrosio Amaro, diretor do IEA.

CARROS-CHEFES DE SÃO PAULO

Nesta quarta previsão da safra agrícola 2004/2005, para a cana de indústria há um aumento de área saltando dos atuais 3,4 milhões de hectares para 3,7 milhões. “Isto mostra um crescimento da ordem de 300 mil hectares por ano em São Paulo, repetindo o que vem acontecendo nas últimas safras. Reflexo da recuperação de preços no mercado interno e as perspectivas de aumento das exportações, que devem alcançar 2,5 bilhões de litros de álcool neste ano”, frisa o secretário.

A produção de laranja na safra agrícola 2004/2005 foi estimada em 352 milhões de caixas (40,8 kg), mostrando queda de 2,4%. A área é praticamente a mesma, 671 mil hectares. Na área comercial da laranja, isto é, em 17 regiões produtoras, as quais representam 93% da produção paulista, o volume chega a 326 milhões de caixas ante os 334,4 milhões da safra anterior.

Para o café, foram confirmadas as estimativas anteriores com redução da produção de 19% em relação a passada, alcançando 3,3 milhões de sacas, queda de 17,8% de produtividade.

FECHAMENTO DA SAFRA DE INVERNO

Foram apontados decréscimos da área de feijão de inverno de 13,9%, do milho safrinha em 7,2% e soja safrinha com 80,7%. Já a produtividade de trigo foi 5,5% menor, mesmo com área plantada 21,2% maior chegando a 63 mil hectares. A produção de trigo fica em 2,3 milhões de sacas, cerca de 15% maior que a do ano passado, que foi de 2,1 milhões de sacas.

As informações completas estão disponíveis no site do IEA – www.iea.sp.gov.br