Agricultura: Produtores de plantas medicinais e óleos essenciais têm apoio do IAC

Matéria-prima das plantas é utilizada em diversas indústrias

qui, 30/10/2003 - 9h21 | Do Portal do Governo

Os óleos essenciais, obtidos a partir de plantas aromáticas e medicinais, são importantes matérias-primas utilizadas nas indústrias de higiene, limpeza, alimentos, medicamentos, cosméticos e de perfumes. O Instituto Agronômico de Campinas (IAC), órgão ligado à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado, desempenha papel fundamental, em parceria com outras instituições, para garantir a produtividade e qualidade desses produtos.

Com mais de meio século de existência, o IAC realiza pesquisas e aborda a influência das técnicas de cultivo de plantas aromáticas e medicinais na fabricação do produto, metodologias alternativas de extração de óleos, atividade biológica, prospecção de espécies nativas com potencial de uso e outras atividades de beneficiamento.

Em 1952, foi construído um laboratório com destilador, capaz de extrair os óleos essenciais. Com os primeiros estudos foram desenvolvidas variedades cultiváveis e mais resistentes a pragas e doenças. As espécies pioneiras foram o eucalipto e a menta, que colocaram o Brasil entre os maiores produtores mundiais de mentol e óleo desmentolado. Esse desempenho foi alcançado graças, principalmente, à variedade IAC-701, resistente à ferrugem, que atacou as plantações nas décadas de 60 e 70.

Alguns projetos envolveram o cultivo de espécies aromáticas, como manjericão, manjerona e tomilho em cultivo protegido para o estabelecimento de sistemas de produção em pequenas propriedades, utilizando-se de mão-de-obra familiar.

Ganho econômico

O Brasil é o maior produtor mundial de óleo essencial de laranja e o quinto em óleo essencial de limão. Esses citros são amplamente empregados na perfumaria. Na indústria alimentícia servem como aromatizante de bolos, refrigerantes, sorvetes, balas, entre outros. Por possuírem limoneno, podem integrar a composição de produtos industriais, como tintas, resinas e plásticos.

Especialistas da Indústria Brasileira de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC) informam que as demandas nacional e internacional sugerem ser esse um mercado promissor. Nos últimos cinco anos, a produção de óleos essenciais citros cresceu 25%.

Para este ano, a previsão de aumento é de 15% em relação ao ano anterior. Em comparação aos demais setores da indústria, segundo a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), os empregos no setor aumentaram cerca de 10% nos últimos anos, enquanto que em outros segmentos analisados houve queda de 20%.

O mercado de óleos essenciais desperta o interesse não só de empresas que já atuam na área, mas também de produtoras de matérias-primas, transformadoras, embaladoras e setor agrícola. Especialistas acreditam que é uma alternativa de ganho econômico em relação às culturas tradicionais.

Simpósio discute os rumos para o setor

Produtores, empresários e outros profissionais do setor se reunirão no 2o Simpósio Brasileiro de Óleos Essenciais, de 3 a 5 de novembro, em Campinas, para discutir o cultivo e uso sustentável dessas plantas, o mercado, o controle de qualidade, a extração e obtenção de derivados e a biodiversidade.

O evento é organizado pelo Instituto Agronônico (IAC), Unesp de Botucatu, Unicamp, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Meio Ambiente) e instituições privadas.

A pesquisadora do IAC e presidente da Comissão Organizadora do evento, Márcia Ortiz Mayo Marques, afirma que o Brasil detém a maior diversidade genética vegetal do mundo, devido à variedade de clima e solos, sendo viável a produção de diferentes óleos essenciais: ‘Por isso o Brasil tem condições de produção diferenciada e pode oferecer ao mercado novos óleos, a partir da exploração sustentável da flora aromática nacional’.

No simpósio, cujas inscrições já estão encerradas, serão debatidos temas de interesse dos diversos segmentos da cadeia produtiva dos óleos essenciais, dentre eles a agricultura, como fonte alternativa de agregar valor à área agrícola do pequeno e médio produtor. Será feita a avaliação das pesquisas em andamento no País e o que o mercado necessita para promover o intercâmbio. ‘Toda a cadeia produtiva estará representada no evento, quando discutiremos onde estamos e para onde devemos caminhar’, afirma a pesquisadora. Para aproximar produtores e indústrias e elaborar um diagnóstico do setor, especialistas apresentarão trabalhos científicos, conferências e mesas-redondas.

SERVIÇO
O IAC fica na Av. Barão de Itapura, 1.481 (Bairro Guanabara) Campinas – SP – Brasil e funciona de segunda a sexta-feira, das 8 às 12 horas e das 13 às 17 horas. Telefone: (19) 3231-5422
Endereço eletrônico: www.iac.sp.gov.br

Da Assessoria de Imprensa do IAC
Da Agência Imprensa Oficial

(AM)