Agricultura: Produção paulista de grãos aumenta 7,88% e torna-se a maior da década

Bom desempenho da produção deve-se à expansão da área plantada e também ao ganho de produtividade

qua, 18/06/2003 - 11h14 | Do Portal do Governo

A produção paulista de grãos deverá aumentar 7,88% na safra 2002/03 para 6,942 milhões de toneladas, o melhor desempenho da última década. Na safra anterior, a produção foi de 6,435 milhões de toneladas. A informação é do Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta) e da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), órgãos da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Os dados baseiam-se no quarto levantamento de previsão de safra realizado em abril.

De acordo com o secretário de Agricultura e Abastecimento, Duarte Nogueira, o bom desempenho na produção de grãos deve-se à expansão na área plantada e também ao ganho de produtividade. A área plantada de grãos passou de 2.063 milhões de hectares na safra anterior para 2,118 milhões de hectares, uma expansão de 2,65%.

Recuperação no setor

“É um resultado importante se considerarmos que a produção paulista de grãos registrava queda no início da década de 90 devido à expansão das pastagens. Um dos melhores índices de crescimento vem do milho safrinha, cuja produção deve subir para 1,035 milhão de toneladas, 46,30% superior à safra passada, que foi de 707,21 mil toneladas. Na soma com a safra de verão, o volume total deve chegar a 4,479 milhões de toneladas, um acréscimo de 9,80%.

Trigo cresce

O trigo paulista, apesar do volume pequeno, apresenta um crescimento de 50,65%, devendo alcançar 91,67 mil toneladas, contra as 60,85 mil toneladas da safra anterior.

A soja deve registrar uma expansão de 5,53% na produção, passando de 1,577 para 1,665 milhão de toneladas. Outro bom desempenho é o do algodão, cuja produção deve atingir 175,64 mil toneladas, um aumento de 14,71%.

Cana-de-açúcar tem aumento de 5,2% na colheita

Segundo estimativa do IEA-Apta, a safra de cana-de-açúcar deve apresentar um acréscimo de 5,2% sobre a passada, quando foram colhidas 212,707 milhões de toneladas. A previsão é colher 223,705 milhões de toneladas. O aumento na produção deve-se à ampliação em 2,7% ou 85,16 mil hectares da área plantada, atingindo 3,2 milhões de hectares. “Com essa perspectiva, o Estado de São Paulo produzirá 65% da cana brasileira, mantendo sua liderança na produção de açúcar e álcool”, disse o secretário.

A cana-de-açúcar é o principal produto agrícola do Estado, com uma participação em 2002 de 28,26% no valor da produção estadual, que foi de R$ 20,9 bilhões. As exportações paulistas de açúcar e álcool atingiram US$ 1,57 bilhão em 2002, o que significou uma participação de 68,7% dos embarques brasileiros.

O amendoim deve registrar uma redução de 14,04% na sua produção, podendo chegar a 136,45 mil toneladas. O arroz também apresenta perspectiva de retração. O levantamento aponta para uma queda de 5,64%, atingindo, no máximo, 97,73 mil toneladas. Na safra anterior, a produção de arroz foi de 103,57 mil toneladas.

Estiagem prejudica

Outra cultura perene de destaque em São Paulo é a laranja, que deve sofrer uma queda de 7,2% na safra (ano agrícola 2002/03). A produção para este ano deve chegar a 335,6 milhões de caixas, comparadas às 361,7 milhões de caixas. As causas apontadas são a estiagem nas principais regiões produtoras do Estado ao longo do segundo semestre de 2002 e à alta temperatura em dezembro, as quais prejudicaram as floradas.

A laranja para indústria e a laranja de mesa ocupam a terceira e quarta posições no ranking do valor da produção agropecuária do Estado, com 10,07% (R$ 2,1 bilhões) e 5,5% (R$ 1,1 bilhão) de participação, respectivamente. O Estado de São Paulo exportou o equivalente a US$ 1,034 bilhão em suco de laranja em 2002, o que representou 95,8% das vendas totais do país ao exterior e um crescimento de 21,1% sobre o valor obtido no ano anterior, de US$ 854,227 milhões.

A produção paulista de café foi estimada em 2,88 milhões de sacas de 60 quilos, uma baixa de 38% sobre o volume colhido no ano passado (4,67 milhões de sacas). A queda é atribuída principalmente ao tradicional ciclo bianual da cultura — em um ano as lavouras têm grande rendimento e no outro, apresentam redução no volume de grãos colhidos.

No levantamento de campo realizado em abril, o IEA constatou uma pequena redução na área plantada com café: 250,26 mil hectares, em 2001, para 248,37 mil hectares, ou seja, retração de 0,8%.
Segundo os técnicos do IEA, a produtividade de café também foi prejudicada pelas condições climáticas desfavoráveis (estiagem), o que explica a queda de produção de 2,7% em relação ao volume apurado no levantamento realizado em fevereiro, de 2,96 milhões de sacas.

O Estado de São Paulo é o maior exportador de café verde do país. O porto de Santos, sozinho, responde por mais de 50% dos embarques brasileiros. São Paulo ainda é o terceiro maior produtor de café no Brasil, com cerca de 10% da produção nacional, atrás de Minas Gerais e Espírito Santo, e o maior mercado consumidor da bebida no país, absorvendo cerca de 40% do café industrializado.

Da Assessoria de Comunicação da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo

(AM)