Os preços agrícolas caíram 4,32% em abril de 2002, com uma perda de 4,22 pontos percentuais em relação ao mês de março, indicando tendência de intensa baixa no Índice mensal de Preços Recebidos pelos agricultores (IPR), divulgado pela Secretaria de Agricultura e Anastecimento.
Dos 19 produtos pesquisados, dez apresentaram reduções nos preços (arroz, café, cana-de-açúcar, cebola, feijão, laranja, tomate, aves, boi gordo e ovos). Entre os vegetais, o acréscimo nos preços de sete produtos (algodão, amendoím, banana, batata, milho, soja e trigo) não compensou a redução em outros sete produtos (arroz, café, cana-de-açúcar, cebola, feijão, laranja e tomate), o que gerou o decréscimo de 3,21% no índice de preços do grupo.
Entre os produtos de origem animal, apenas o preço dos suínos aumentou. Houve queda nas cotações de aves, ovos e boi gordo e estabilidade no preço do leite, o que levou à redução de 6,36% nos preços do grupo. O resultado final foi a baixa de 4,32% no índice de preços agrícolas, segundo dados do IEA – Instituto de Economia Agrícola da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo.
No primeiro quadrimestre de 2002, a variação acumulada do IPR foi de –6,97% em comparação com a variação de 1,07% do IGP-M e de 1,00% do IPC-Fipe (estimativa). Isto indica uma perda do poder de troca dos agricultores de 8,04 pontos percentuais em relação ao IGP-M e de 7,97 pontos percentuais frente ao IPC-Fipe. No ano, dez produtos apresentaram crescimento de preço, com destaque para o amendoím, batata e leite, com aumento acumulado superior a 20%. Os outros nove produtos tiveram redução de preço, com destaque para arroz, soja, aves e suínos (queda superior a 20%).
No mês de abril, o destaque entre os preços em ascensão foi o milho, com alta de 8,84% em plena colheita, em função da quebra de safra na cultura de verão, o mesmo deve ocorrer na safrinha. Os suínos foram o produto com maior queda acumulada de preço em 2002, em função do excedente de oferta no mercado, tendo em vista as reduções nas exportações especialmente para a Argentina. Os preços recebidos pelos cafeicultores tiveram queda de 1,54% nos últimos 12 meses, apresentando tendência de estabilidade. O boi gordo, cujos preços vinham-se mantendo estáveis, sofreu fortes quedas em abril atingindo cotação próxima à do mesmo mês de 2001.
