Os custos de produção dos sistemas de plantio direto são menores que os de plantio convencional para as culturas de milho, soja e girassol. Entre os sistemas de plantio direto, os que apresentaram maior rentabilidade são os que possuem menores custos totais e por saca. Entre estes, os que possuem menores gastos com herbicida mostraram-se mais competitivos.
É o que revela estudo de avaliação econômica do sistema de plantio direto na produção de grãos, realizado pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta) em parceria com o Instituto Agronômico (IAC-Apta). O trabalho foi elaborado pelos pesquisadores Marli Dias Mascarenhas Oliveira e Alceu de Arruda Veiga Filho.
O estudo utilizou um modelo de sucessão que tem como característica intensificar o uso do solo, aumentar a matéria orgânica e reduzir a erosão. As culturas de milho e soja foram escolhidas por serem tradicionais na região de Ourinhos (SP), local onde os dados foram levantados, e as culturas de aveia e girassol são opções para representar as atividades de inverno.
Dos 13 milhões de hectares ocupados com plantio direto no Brasil, São Paulo participa com apenas 4% (550 mil hectares plantados que representam 35% da área total de grãos do Estado).
Plantio direto x convencional
Os sistemas de produção foram classificados conforme os sistemas de plantio (direto e convencional), associados ao controle de ervas daninhas com diferentes aplicações de herbicidas. Os sistemas de plantio direto foram classificados em três tipos: plantio realizado juntamente com a aplicação de herbicida; plantio seguido da aplicação de herbicida pré-emergente; e plantio seguido da aplicação de herbicida pós-emergente. Já o sistema convencional foi dividido em plantio com aplicação posterior de herbicida pré-emergente e plantio com aplicação simultânea de herbicidas.
Para a cultura do milho, o sistema de plantio direto, onde o plantio é realizado juntamente com a aplicação de herbicida, apresentou o menor valor de custo operacional total (R$615,89/ha e R$ 5,60 por saca de 60 kg) e o melhor índice de rentabilidade (41%), que é o lucro operacional dividido pela receita bruta. Os piores resultados foram dos sistemas de produção convencional.
Na cultura de soja, o sistema de aplicação de herbicida pós-emergente obteve o menor custo de produção (R$ 387,80/ha e R$ 7,76 por saca de 60 kg), enquanto o sistema de aplicação pré-emergente apresentou melhor rentabilidade (58%). Para a cultura do girassol, a técnica de aplicação pós-emergente foi a mais eficiente tanto para custo (R$ 415,78/ha e R$ 3,78 por saca de 60 kg) quanto para rentabilidade (52%).
A cultura da aveia mostrou desempenho ineficiente para o sistema de produção de grãos. O sistema de produção de aveia por palhada oferece maiores benefícios.
Na pesquisa, foram consideradas apenas as diferenças no uso de horas-máquinas, sem levar em conta outros benefícios indiretos.
Os técnicos pesquisaram também o módulo mínimo de área cultivada, que serve como referência para verificar se a troca do sistema convencional pelo direto é vantajosa ao produtor. Eles concluíram que acima de 10 hectares há ganhos líquidos na troca. Abaixo desse tamanho, porém, a receita será menor que os custos, o que torna a troca impraticável.
O estudo ressalta que esse tamanho é influenciado pelos preços recebidos pelos produtos e também pela produtividade.