Com o objetivo de sistematizar as informações, definir estratégias e assegurar a sustentabilidade da extração das plantas medicinais e aromáticas, acontece no auditório da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), na próxima quinta-feira, dia 6, a Oficina para o Desenvolvimento das Cadeias Produtivas de Plantas Medicinais e Aromáticas no Vale do Ribeira. O evento vai das 8h às 19 horas e acontece em Campinas para facilitar a presença das 46 instituições que estarão presentes.
Segundo os organizadores, no Vale do Ribeira, o crescimento do mercado de plantas medicinais e aromáticas tem estimulado a exploração desses produtos diretamente da floresta, por um número cada vez maior de comunidades rurais, sendo portanto, importante fonte alternativa de renda. Este potencial pode ser ambientalmente mais adequado, colaborando para assegurar a sustentabilidade da atividade no longo prazo, conservando a biodiversidade e, principalmente, sendo socialmente mais justo, permitindo a geração de renda e estabilidade para as populações que vivem tradicionalmente na região.
Alguns dos problemas enfrentados pelo setor são as falhas na identificação das espécies no campo, adequação às exigências legais para a comercialização e comercialização ilegal. Além disso, o mercado exige uma produção contínua com um nível de qualidade adequado às suas exigências e atualmente a exploração de plantas medicinais é informal e sem padrões definidos.
A realização da Oficina vai de encontro a necessidade da sistematização de informações que subsidiem a definição de estratégias e articulação de instituições para o fortalecimento do setor de plantas medicinais e aromáticas, de forma a assegurar sua sustentabilidade a longo prazo, na região do Vale do Ribeira. Espera-se como resultado, a contribuição dos setores envolvidos nas diversas etapas da cadeia produtiva.
Programação
Às 8 horas acontece a abertura do evento e logo após a palestra sobre os aspectos gerais sobre a cadeia produtiva de plantas medicinais e aromáticas no Vale do Ribeira. Na sequência os participantes se dividem em grupos para debate sobre os temas: manejo, beneficiamento e comercialização. A partir das 16 horas os grupos apresentam suas conclusões para debate.
O Vale do Ribeira e as Plantas Medicinais
Essa região é conhecida por seu índice de cobertura vegetal e, por abrigar uma das maiores biodiversidades do planeta e sua economia é baseada na agricultura. Segundo estudos realizados, um dos problemas encontrados é a extração ilegal de espécies da flora nativa como palmito, plantas medicinais e ornamentais, além da derrubada predatória da mata para venda de lenha, carvão, mourões para cercas e estacas para cultivo de maracujá ou chuchu.
A Organização Mundial da Saúde calcula que 85% da população mundial consome plantas medicinais e que 85% da medicina tradicional utiliza extratos de plantas. Portanto, o comercio de plantas medicinais tende a crescer no mundo todo, tornando a atividade uma alternativa de renda para a agricultura familiar da região.
É para viabilizar o cultivo sustentável dessas plantas que o Ministério do Meio Ambiente, junto com órgãos públicos, instituições de pesquisa, associações de produtores e manejadores, ONGs e outros interessados, pretendem transformar o Vale do Ribeira, no projeto piloto de desenvolvimento sustentável de plantas medicinais, proporcionando agregação de valores, geração de tecnologia, desenvolvimento, melhoramento e preservaçào do meio ambiente.
