A pesquisa agropecuária paulista inicia 2005 com novas perspectivas. Decreto assinado no final de 2004 garante a contratação de 201 pesquisadores para os seis institutos de pesquisa que compõem a Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Outros dois decretos propiciam repasse suplementar de R$ 1,3 milhão para a secretaria e transferência da sede administrativa da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) para Campinas.
Os novos pesquisadores fazem parte de um total de 382 profissionais que o governo do Estado contrata como resultado de concurso realizado em 2004. Outros 181 pesquisadores devem ser ainda admitidos no primeiro semestre de 2005. São profissionais de níveis I (iniciante) a VI, que atuarão nas áreas de geração de novas tecnologias e variedades, combate a pragas e doenças. A diferenciação por níveis refere-se à produção científica e acadêmica, ao número de trabalhos publicados, projetos concluídos e pesquisas reconhecidas desses pesquisadores. “Será um incremento sem precedentes na pesquisa agropecuária paulista”, observa o secretário da Agricultura, Duarte Nogueira. “Com este quadro, alcançaremos quase mil profissionais trabalhando pelo desenvolvimento tecnológico da agricultura paulista.”
Atualmente, o Estado conta com cerca de 600 pesquisadores. A expectativa, com as contratações, é dar mais impulso às pesquisas regionais, para maior atendimento às necessidades do agricultor, particularmente do pequeno empreendedor rural. A intenção também é que ocorra um aumento de 30% a 50% no número de projetos e pesquisas, crescimento da captação de recursos na iniciativa privada, implementação de sistema de gestão e qualidade nos institutos de pesquisa (como o ISO 9001), melhoria da infra-estrutura dos laboratórios e ampliação do número de laboratórios certificados.
A verba suplementar repassada pelo governo do Estado será utilizada para realização de melhorias na infra-estrutura dos 15 pólos regionais de desenvolvimento tecnológico da Secretaria de Agricultura, espalhados pelas principais regiões produtoras do Estado. Destina-se, também, aos custos de operacionalização da própria Apta.
Com relação à mudança da Apta da capital para Campinas, isso representa, de acordo com Duarte Nogueira, maior aproximação da sede administrativa com os pesquisadores, além de se aproximar mais dos produtores. Quatro dos seis institutos geridos pela Apta estão na região, e dois terços dos funcionários da Apta trabalham no interior.
Pólos atuam conforme vocação agrícola da região
Criada em abril de 2001, a Apta é gestora dos seis institutos responsáveis pela pesquisa tecnológica desenvolvida pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento. São eles: Instituto Agronômico, Instituto Biológico, Instituto de Economia Agrícola, Instituto de Zootecnia, Instituto de Tecnologia de Alimentos e Instituto de Pesca. Além desses, a Apta é responsável ainda por 15 Pólos Tecnológicos Regionais e 12 centros avançados de pesquisa por cadeia produtiva.
Os Pólos Tecnológicos Regionais são centros de pesquisa (com laboratórios) em fazendas. Em 2001, foram instalados nove pólos, distribuídos estrategicamente no Estado. Ao longo de 2002, foram criados mais seis. Os pólos atuam conforme a vocação agrícola da região e estão integrados por rede de comunicação, servindo de base para melhor disseminar a informação a produtores e trabalhadores.
Dos centros avançados de pesquisa, um dos destaques é o Apta Citros, que possui um dos maiores bancos de germoplasma do mundo, onde se concentram as variedades de citros comerciais e potencialmente comerciais disponíveis atualmente. Outros exemplos bem-sucedidos de centros avançados são o Apta Café, que abrange as principais pesquisas de produtividade e variedades de café do País, e o Centro Apta Cana, parceria com o setor sucroalcooleiro.
Da Agência Imprensa Oficial
Por Paulo Henrique Andrade
(LRK)
