Agricultura: Pequenos produtores de laranja têm linha de crédito para combater morte súbita

Secretaria de Agricultura e Abastecimento cria projeto para substituição do porta-enxerto suscetível à doença

seg, 03/11/2003 - 12h20 | Do Portal do Governo

Os pequenos produtores de laranja do Estado de São Paulo terão acesso a uma linha de crédito exclusiva para o combate da doença da morte súbita. Trata-se do Projeto ‘Sub-Enxertia dos Citros para Controle da Morte Súbita’, recém-criado pela Secretaria Estadual de Agricultara e Abastecimento, com recursos do FEAP/BANAGRO (Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista – O Banco do Agronegócio Familiar), órgão pertencente à pasta. A verba total a ser liberada para esse projeto é de R$ 2 milhões, sendo que a metade desse valor será disponibilizada ainda este ano. O dinheiro está disponível no Banco Nossa Caixa.

‘A criação do projeto representa mais um importante passo dado pela Secretaria para o combate da morte súbita, doença que vem atacando os laranjais paulistas’, afirma o secretário Duarte Nogueira. O Estado de São Paulo possui o maior parque citrícola do mundo, com 211 milhões de pés da fruta, e é o principal exportador mundial de suco de laranja, respondendo por mais de 95% dos embarques brasileiros. O setor é responsável ainda por 400 mil empregos diretos e movimenta anualmente cerca de US$ 5 bilhões.

Como o nome do projeto já diz, os recursos são destinados para a aplicação da técnica da sub-enxertia, na qual um novo porta-enxerto é sub-enxertado no tronco da copa. ‘A medida visa a substituição do porta-enxerto limão-cravo (variedade onde a morte súbita se manifestou e utilizada em 85% do pomares), por outros considerados tolerantes à doença’, explica o secretário.

Primeiramente serão atendidos os produtores situados em Barretos, Fernandópolis, Jales, São José do Rio Preto e Votuporanga, regiões onde se concentram os focos de MSC. ‘O projeto tem como objetivo apoiar a agricultura familiar, fazendo com que os pequenos produtores de laranja também tenham condições de proteger seus pomares da doença’, diz Nogueira.

Só serão beneficiados com o financiamento os produtores com receita bruta anual de até R$ 100 mil e que possuam pomares com até 10 anos de idade. O teto de financiamento é de até R$ 34 mil por produtor, com juros de 4% ao ano e prazo de pagamento de até 5 anos, incluindo a carência de até 24 meses após a data de contratação.

A morte súbita que vem prejudicando os laranjais paulistas e também de Minas Gerais foi registrada pela primeira vez em 2001, no município de Comendador Gomes, no Triângulo Mineiro. Desde então, a Secretaria de Agricultura tem trabalhado em conjunto com seus órgãos de pesquisas científicas e outros parceiros públicos e privados para evitar um avanço maior da doença- ela se alastrou por municípios paulistas, sobretudo na região fronteiriça de Barretos, e descobrir o agente causador do vírus.

No Estado de São Paulo, os agricultores e os outros elos da cadeia produtiva da laranja contam ainda com todo o apoio da equipe de pesquisadores do Centro Apta Citrus, pertencente à Secretaria e um dos mais modernos e renomados centros de pesquisas do mundo. ‘Só a pesquisa poderá resolver a necessidade urgente de se diagnosticar o vírus e de se encontrar outras alternativas de porta-enxerto’, ressalta Nogueira.

A doença leva este nome pela rapidez com que mata a planta. O seu sintoma característico é a presença de uma coloração amarelada nos tecidos internos da casca do porta-enxerto, além da perda de brilho e descoloração generalizada das folhas. No estágio mais avançado da doença, ocorre a morte da planta. A hipótese mais provável, segundo os pesquisadores, é que a MSC seja causada por um vírus e disseminada por um vetor, de maneira muito semelhante à tristeza dos citros, doença que devastou os laranjais na década de 40.

Da Assessoria de Comunicação da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo

(AM)