Agricultura: Mercado indica valor da produção do Estado entre 1970 e 2000

A análise foi elaboarada por pesquisadores do Instituto de Economia Agrícola

qua, 04/12/2002 - 19h45 | Do Portal do Governo

Até o início dos anos 70, o Brasil foi importante produtor de amendoim, ocupando papel expressivo tanto no suprimento interno de óleo vegetal quanto na exportação de subprodutos.

Porém, diversos fatores políticos, tecnológicos e mercadológicos levaram, indiretamente, à redução do cultivo nacional e a modificações no perfil do mercado.

Simultaneamente à crise mundial do petróleo, que elevou os preços dos insumos, houve o embargo das exportações dos EUA de soja para a Europa, elevando as cotações dos grãos e das oleaginosas devido às perspectivas de aquisições de farelos protéicos das, então, União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e Comunidade Econômica Européia.

A forte demanda internacional por farelo protéico, associada à conjuntura econômica interna (de estímulo às exportações), à estrutura agrária vigente e aos baixos recursos concedidos pela política agrícola brasileira, estimulou a migração dos produtores de amendoim para culturas mais rentáveis.

Em resposta à crise mundial do petróleo, o governo federal lançou dois planos: o Plano Nacional do Álcool e o Plano Nacional de Óleos. No entanto, o segundo foi inviabilizado. Assim, a efetivação do Proálcool, em 1975, e o concomitante avanço da sojicultura brasileira, inserida na dinâmica internacional de grãos, associados aos altos preços internacionais da laranja, foram os principais fatores da redução do cultivo de amendoim no Estado de São Paulo. No período 1969-80, cana-de-açúcar, soja, citrus, café e trigo incorporaram praticamente 91% das áreas plantadas com amendoim das águas e da seca.

Entre 1981 e 1992, a incorporação por cana e citrus foi ainda maior, chegando próximo dos 99% das áreas cultivadas com o amendoim das águas e da seca.

Segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA), na safra 1970/71, foram cultivados 505.780 hectares de amendoim, dos quais 203.280 hectares na da seca e 302.500 na das águas. Comparando estes dados com os da safra 1999/2000, verificam-se declínios de 89% e 82%, respectivamente, para as safras da seca e das águas.

Leia a matéria na íntegra no site do Instituto de Economia Agrícola.

C.A