Agricultura: Investimento no solo determina qualidade agrícola

Instituto Agronômico de Campinas é pioneiro em análise de solo no País

qui, 13/03/2003 - 10h15 | Do Portal do Governo

Da Agência Imprensa Oficial e Assessoria de Imprensa do IAC


A importância da qualidade do solo para o sucesso da atividade agrícola é indiscutível. Para torná-lo fértil, o produtor tem que pôr a mão no bolso e investir. Para se ter uma idéia, de 20% a 30% do custo da produção agrícola é decorrência da correção do solo e da adubação.

No Brasil, em 2002, foram comercializados cerca de 18 milhões de toneladas de fertilizantes NPK e 20 milhões de toneladas de calcário. Para obter retorno financeiro sem agredir o ambiente, é necessário que o agricultor tenha um diagnóstico de fertilidade do solo.

Pioneiro em análise de solo no País, o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), órgão da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), tem um programa de qualidade de laboratórios funcionando desde 1984. O programa do IAC foi pioneiro, também no lançamento do selo de qualidade, feito em 1989. Hoje, conta com a participação de 80 laboratórios de 11 Estados do Brasil e um do Uruguai. Desses 80, estão em São Paulo 55, e 95% deles integram o programa de qualidade do instituto.

Programa de Qualidade

Segundo o pesquisador Heitor Cantarella, do IAC, o agricultor prefere os laboratórios que têm o selo de qualidade do instituto, que torna disponível o método de análise e oferece treinamento para os laboratórios, que se reúnem anualmente no órgão para discutir qualidade. ‘Desenvolvemos os métodos, fazemos análise de solo e hoje damos suporte para os laboratórios privados por meio do programa de qualidade’, diz.

“O pequeno produtor, muitas vezes, não usa a análise por não dar a essa tecnologia a devida importância, mas deveria. Afinal, ele precisa usar adequadamente seus insumos para alcançar melhor retorno financeiro e produzir com qualidade”, afirma Cantarella.

De acordo com levantamento de 1996, nas áreas com maior tecnicidade do Estado de São Paulo, o uso de análise de solos chega a 90% dos produtores. Em outras, não chega a 50% dos agricultores.

Cantarella garante que a mais utilizada na agricultura é a análise química do solo. É também um procedimento de baixo custo – cerca de R$ 15,00 por amostra para análise básica – e bastante acessível.

Baixo custo

“O pequeno agricultor tem condições de recorrer a essa importante ferramenta, pois além de custar pouco, ainda é possível encontrar laboratórios em todo o Estado de São Paulo.” Isso sem falar na importância desse procedimento, pois uma limitação séria da fertilidade do solo pode comprometer toda a produção.

Com o resultado da análise, o produtor vai usar o adubo adequado para aquele solo. Assim, não aplica nada além do necessário e não desperdiça dinheiro. Por isso, o exame de solo é relevante também para a tomada de decisões com relação a gastos e deve ser feito antes da compra de insumos.

‘De modo geral pode-se esperar um aumento de 10 a 30% na produção com o uso correto de fertilizantes e calcário, mas, se o solo é pobre e ácido, com a análise e a utilização adequada de insumos é possível até dobrar a produção’, explica o pesquisador.

(AM)