A variedade de girassol IAC-Iarama será lançada oficialmente na Agrishow 2005, em Ribeirão Preto, nesta quarta-feira, dia 18, às 10 horas, durante Encontro das Associações de Produtores Rurais que praticam o plantio direto dentro do Programa Estadual de Microbacias Hidrográficas, no estande da Secretaria. Durante a cerimônia, a pesquisadora do Instituto Agronômico (IAC), Maria Regina Gonçalves Ungaro, entregará kit de sementes aos produtores. A variedade, exclusiva para produção de óleo, é uma boa opção na safrinha. O material pode ser conferido no estande da Secretaria na feira.
A utilização da variedade IAC-Iarama é exclusiva para a produção de óleo, apesar da quantidade média de óleo em outras variedades de girassol ser próxima desse valor. A IAC-Iarama se destaca por produzir a mesma quantidade de óleo, porém em tempo mais curto, de acordo com a pesquisadora. Pesquisada desde 1990, a nova variedade possui semente escura, com cerca de 42% de óleo, porte baixo e ciclo curto, rendimento médio de grãos de 2.000 kg/ha e boa uniformidade, o que facilita a colheita mecanizada.
Deve ser plantada preferencialmente na safra, pois, em outras épocas, a produção pode não corresponder aos padrões. È nova opção também para a produção de biodiesel.
Para áreas de reforma de canavial, na safra, constitui boa opção em razão da precocidade, pois a principal doença do girassol na Região Sudeste encontra condições mais favoráveis ao seu desenvolvimento nos plantios de outubro, e a IAC-Iarama pode ser plantada em novembro, após o período crítico de maior dano pelo fungo. Sua precocidade ainda viabiliza a colheita sem atrapalhar a preparação do solo para o plantio da cana. As outras variedades destinadas à renovação de canaviais, por terem ciclos mais longos, geralmente têm mais problemas com a alternariose, uma vez que precisam ser plantadas em outubro para permitir a liberação da área no fim de fevereiro.
O cultivo de girassol é pesquisado no Instituto Agronômico, órgão da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, desde 1942 e, em processo contínuo, desde 1972. Atualmente, as pesquisas envolvem o desenvolvimento de novas variedades, avaliações fitotécnicas e fitopatogênicas, estudos de fisiologia, máquinas agrícolas e, mais recentemente, a utilização do biocombustível de girassol em motores agrícolas.
De acordo com o diretor-geral do IAC e especialista em plantio direto, Orlando Melo de Castro, o girassol é importante cultura para o sistema plantio direto, proporcionando boa cobertura para o solo. De estrutura radicular forte, a planta contribui para melhorar a infiltração de água no solo, preservando-o e beneficiando as culturas posteriores. A cultura é importante para o plantio direto tanto na safra principal como na safrinha
Usos – O girassol é uma das quatro maiores culturas oleaginosas comestíveis do mundo. Além do óleo para consumo humano e medicinal e da proteína para consumo humano, também pode fornecer alimentação para animais, como os grãos para pássaros e aves, tortas para compor rações em geral, silagem e forragem para gado, caprinos e ovinos, além de ser excelente produtor de mel e bom adubo verde.
O biodiesel de girassol vem despontando como uma das opções mais viáveis para grande parte do território nacional, pois a planta gera biodiesel que atende às normas européias, o que abre um vasto mercado externo. Além disso, o girassol é uma cultura complementar, plantada na entresafra da principal, por esse motivo não exige a substituição de uma cultura já estabelecida pela do girassol. Outro aspecto positivo do girassol está na melhoria das condições químicas, físicas e microbiológicas do solo. Não bastassem todas essas vantagens, o girassol é uma cultura de baixo custo.
Introduzido no Brasil pelos imigrantes europeus devido ao hábito do consumo de suas sementes tostadas, o girassol pode ser cultivado em grande parte do território brasileiro, com exceção da faixa litorânea e da região amazônica devido ao excesso de umidade. O Centro-Oeste é hoje o grande produtor de grãos para óleo e pássaros. São Paulo vem logo em seguida, produzindo grãos para silagem, pássaros, óleo comestível e medicinal.
Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento
Assessoria de Imprensa
(LRK)
