Agricultura: Instituto Agronômico cria variedade de banana que necessita menos agrotóxicos

'Nanicão IAC 2001' dispensa pulverização e é imune ao Mal do Panamá, que não tem tratamento

qui, 20/06/2002 - 11h01 | Do Portal do Governo

Uma nova variedade de banana nanica acaba de ser criada pelo Instituto Agronômico da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (IAC-APTA), vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento. A variedade que será lançada em breve, já está registrada em nome do IAC no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Nanicão IAC 2001, nome dado à nova varidade de banana, dispensa totalmente a pulverização, é resistente às sigatokas amarela e negra e imune à doença chamada Mal do Panamá, que não tem cura.

A sigatoka amarela, presente no Brasil há 40 anos, seca as folhas da bananeira e acaba com a produção. A sigatoka negra, que chegou ao país em 1998 e já atingiu a Amazônia, provoca a mesma conseqüência, porém com uma velocidade três vezes maior. A tendência é que essa doença se alastre por todas as regiões úmidas.

Cada tipo de sigatoka é tratada de forma diferente. A amarela é controlada com uma pulverização por mês. Já a negra requer três pulverizações mensais, ou seja, quase uma por semana. Em termos de custo, a sigatoka amarela custa hoje para o produtor paulista R$ 500,00 por hectare por pulverização. Assim, é possível calcular a redução do custo que essa nova variedade de banana irá propiciar ao agricultor. A sigatoka negra, que já está disseminada por toda a América Central, somente é controlada com quarenta ou mais pulverizações por ano, a um custo três vezes maior do que se gasta nos bananais de São Paulo.

A ausência de pulverização, viabilizada pela Nanicão IAC 2001, resultará em bananas com menos agrotóxicos e três vezes mais rica em vitamina C, além de mais digestiva para o consumidor. No mercado, a nova variedade se destacará por ser mais grossa, porque tem condições de se desenvolver plenamente devido à ausência da doença. Além disso, ela se conserva por mais tempo nas prateleiras dos supermercados e na casa do produtor.