Agricultura: IAC orienta viticultores sobre nova doença da videira

Encontro técnico ocorre nesta quinta-feira, dia 10, em São Miguel Arcanjo

qui, 10/07/2003 - 10h55 | Do Portal do Governo

A uva está entre as frutas que alavancaram o aumento das exportações de frutas frescas no primeiro quadrimestre de 2003. Também faz parte da produção do Circuito das Frutas, na região de Campinas e Jundiaí. Mas há um problema: uma nova doença — a ferrugem da videira — está atacando essa cultura. Para abordar esse assunto, o Instituto Agronômico (IAC) realiza nesta quinta-feira, dia 10, em São Miguel Arcanjo, um encontro técnico sobre viticultura.

O evento será promovido pelo Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio de Frutas, do IAC, e tem por objetivo orientar os produtores sobre a doença, explicando a respeito da adequada maneira de combater a ferrugem da videira, que já ataca em todo o estado de São Paulo. Durante o evento serão abordadas informações sobre a doença, o tratamento de inverno e a linha de defensivos.

A ferrugem da videira, doença causada por fungo, ataca as folhas, provoca a desfolha, enfraquece a planta e reduz a produção, segundo o pesquisador do IAC, Ivan José Antunes Ribeiro. A doença ataca principalmente as videiras americanas, que envolvem as principais variedades cultivadas na região de Jundiaí e representam 90% do plantio. Dentre essas variedades estão a Niagara Rosada e a Isabel.

A respeito do tratamento de inverno, o produtor será informado sobre a importância desse procedimento para não deixar viva nenhuma semente do fungo, pois, caso contrário, quando a videira brotar o fungo irá se propagar.

No Brasil, a ferrugem da videira é nova — chegou em agosto de 2002, no Paraná. Em janeiro de 2003, manifestou-se em Indaiatuba e agora já está em todo o estado de São Paulo. O fungo se espalha pelo vento, por isso a sua rápida disseminação.

A conseqüência da doença é o aumento nos custos de produção, em razão do maior gasto com defensivos, necessários para combater o fungo. Além de exigir maiores investimentos, a ferrugem da videira requer também melhor tecnologia na aplicação dos produtos, que deve ser feita de maneira racional para amenizar os impactos ambientais.

Por isso o IAC está trabalhando para orientar os viticultores no controle da doença. ‘O produtor tem que pulverizar a planta e conviver com a doença, pois não há como acabar com ela’, afirma Ivan Ribeiro. Segundo o pesquisador, com as pulverizações é possível conviver com a ferrugem da videira, que existe há muitas décadas em países da Ásia, América Central e Estados Unidos.

Frente a essa nova doença, o IAC está trabalhando na orientação do produtor quanto a medidas de controle e formas de conviver com o problema. Em um segundo momento, o IAC pretende elaborar projeto de pesquisa para o desenvolvimento de variedades resistentes à doença.

O objetivo desse órgão da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, é continuar disponibilizando variedades e tecnologias para o Brasil, que é um dos três maiores produtores mundiais de frutas, com uma produção que supera os 34 milhões de toneladas, segundo informações do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf).

No aspecto social, a fruticultura tem importante papel na geração de trabalho, resultando em quatro milhões de empregos diretos. Segundo o Ibraf, 2,2 milhões hectares com frutas no Brasil significam 4 milhões de empregos diretos (duas a cinco pessoas por hectare).

(LRK)