Agricultura: Estudo inédito analisa perfil tecnológico da indústria de café torrado e moído

Pesquisa foi desenvolvida por técnicos do Instituto de Economia Agrícola

ter, 19/08/2003 - 15h39 | Do Portal do Governo

O Instituto de Economia Agrícola finalizou um estudo inédito intitulado ‘Perfil tecnológico da indústria de café torrado e moído’.

A pesquisa mostra que a capacidade ociosa média das indústrias brasileiras de café torrado e moído é de 65%. O grau de ociosidade das indústrias aumenta à medida que se reduzem os estratos de produção, ou seja, inicia-se com 42% nos estratos acima de 2.300 sacas e termina com 79% nos estratos com até 100 sacas mensais.

O trabalho foi realizado por uma equipe de pesquisadores e técnicos, liderada por Luiz Moricochi, do Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta), vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. É um dos destaques da edição comemorativa do cinquentenário da revista Agricultura em São Paulo.

Segundo o trabalho a ociosidade do setor decorre da herança do passado, quando funcionava o regime de quotas, com o governo abastecendo as empresas e acelerando o processo com a desregulamentação do setor, via extinção do IBC (Instituto Brasileiro do Café), e consequente abertura de novas indústrias. Muitas repassavam suas quotas para indústrias maiores, embora fossem consideradas ativas.

Quase um terço das 36,5 milhões de sacas beneficiadas da produção brasileira de café no triênio 2000-2002 é torrado e moído em cerca de 1.500 empresas, grande parte filiada à Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC).

Foi enviado um questionário a 508 dessas empresas, localizadas nos vários Estados do País. Desse total, 136 empresas responderam, o que corresponde a 27% dos questionários enviados, a 9% das indústrias e a 19% da produção brasileira de café torrado e moído.

Entre os aspectos tecnológicos da indústria de café torrado e moído, a maioria foi considerada satisfatória. Cerca de 77% das empresas investiram em equipamentos nos últimos 10 anos, respondendo por 95,8% da produção. Pouco mais de 91% conhecem o sistema de embalagem a vácuo (98,4% da produção).

As empresas que têm sala de prova para matéria-prima correspondem a 56,6% do total pesquisado (ou 85,9% da produção). E as empresas que têm preocupação com o desenvolvimento de novos produtos chegam a 92,9% (ou 95,5% da produção).

Outros destaques da revista são a sucessão hereditária e a reprodução social da agricultura familiar, mudanças tecnológicas e institucionais na indústria de sementes (milho híbrido e soja), o seguro agrícola do milho safrinha e impactos socioambientais na Estação Ecológica Juréia-Itatins.

Instituto de Economia Agrícola
C.A