Com capacidade de beneficiar três mil sacos de sementes por dia e com o objetivo de dar apoio a agricultura familiar e promover a auto-suficiência paulista em relação a esse insumo, foi inaugurada, no início de dezembro, a Unidade de Beneficiamento, Secagem e Armazenamento de Sementes da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI). A Unidade fica no Núcleo de Produção de Sementes Ataliba Leonel, no município de Manduri.
O Secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Lourival Carmo Monaco, esteve presente ao Evento. Na oportunidade destacou a importância da atividade desenvolvida pela CATI, através do Departamento de Sementes, Mudas e Matrizes (DSMM). ‘A função desse departamento é a abertura de novos caminhos. A partir do momento em que a iniciativa privada começa a cumprir o papel, o DSMM passa a outra alternativa. O papel do Estado é exatamente esse: gerar tecnologia, emprego e renda e o agronegócio é a atividade que mais proporciona isso. O compromisso do Governo é a produtividade e a qualidade, sem esquecer o social e o meio ambiente. A Secretaria de Agricultura e Abastecimento só tem sentido se os programas e projetos que levem a sustentabilidade e a melhoria de qualidade de vida do setor rural derem resultado.’
Segundo José Carlos Rossetti, coordenador da CATI, também presente na inauguração, o DSMM tem uma visão estratégica de produção fazendo com que os produtores tenham infra-estrutura para trabalhar. O milho variedade produzido pelo departamento é um exemplo, pois é tão produtivo quanto os híbridos do mercado e com custo menor. ‘As grandes cadeias produtivas podem bancar as exportações brasileiras, mas o mercado interno é o pequeno produtor rural que mantém. O trabalho do DSMM é atender a demanda e as necessidades do agricultor, para que ele possa produzir.’
Estiveram presentes na inauguração da Unidade de Beneficiamento de Sementes mais de 500 pessoas, entre elas prefeitos e vereadores da região, autoridades e entidades voltadas ao setor, agricultores e lideres regionais ligados ao agronegócio.
Fazenda Ataliba Leonel
O DSMM possui 21 unidades distribuídas no Estado de São Paulo. Seis são fazendas de mudas, que produzem três milhões de mudas por ano, para atendimento aos produtores integrantes do Programa Estadual de Microbacias Hidrográficas e aos projetos de fruticultura. Duas fazendas produzem sementes e treze unidades de produção, beneficiamento, armazenamento, distribuição e comercialização de sementes.
As unidades de beneficiamento e armazenamento da Fazenda Ataliba Leonel, localizada em Manduri, ocupam uma área de cinco mil metros quadrados, com 16 silos secadores, máquinas e equipamento de limpeza, classificação e embalagem de sementes de milho, feijão, arroz, soja, trigo, aveia etc. O engenheiro agrônomo José Antonio Piedade, diretor do DSMM, destaca que essa fazenda planta anualmente 2.500 hectares de sementes de grãos, sendo a maior fazenda pública em produção e exploração contínua. Ele afirma que ‘nessa fazenda todo dia se planta ou se colhe alguma coisa.’ Além disso, há muitos anos é auto-suficiente financeiramente, não dependendo de recursos do Estado para desenvolver suas atividades.
A unidade de beneficiamento que está sendo inaugurada, destina-se a recepção, secagem, preparo e armazenamento de sementes. O investimento foi de três milhões de reais em construção, estrutura elétrica, estrutura operacional, secadores, transportadores e equipamentos de limpeza, classificação, embalagem e controle de qualidade.
Segundo Piedade, 40% do milho consumido em São Paulo vem de outros Estados. Esse grão é muito importante para a viabilização da avicultura e da suinocultura paulistas. No caso do milho semente, São Paulo consome, anualmente, em torno de 1,3 milhão de sacos, dos quais 80% são provenientes de outros Estados. A produção da Fazenda Ataliba Leonel representa 15% do consumo paulista e 90% da produção de sementes do Estado. Além disso, praticamente todos os agricultores familiares de São Paulo plantam as sementes produzidas pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento, através da CATI – Sementes, Mudas e Matrizes. Piedade finaliza dizendo que o DSMM sempre se preocupou com os ciclos econômicos e, é onde a iniciativa privada não tem interesse que o departamento atua, proporcionado ao produtor sementes de alta produtividade a baixo custo.
